O descontentamento com o serviço da Sky em Niterói é tão grande, que no bairro de São Francisco foi criado um grupo na internet para desabafo dos assinantes. Reclamam não ter uma assistência eficiente e ficam sem sinal, às vezes, por muitos dias. Sentem mais falta da tv por assinatura agora, durante o isolamento social, como entretenimento.
Quem resolve trocar o plano antigo por um novo, a Sky troca os aparelhos receptores do cliente. Aí começa a novela. Depois de pouco uso, os novos aparelhos dão defeito. O assinante tem que recorrer a uma empresa de assistência técnica em Piratininga. Os técnicos, além de demorarem para fazer o atendimento, tiram o defeito do aparelho, mas tempo depois a Sky volta a sair do ar.
A pergunta é: O que está acontecendo com a Sky, que tem uma quantidade enorme de assinaturas em Niterói?
O que está acontecendo? Correção: o que sempre aconteceu.
Quando o lucro está acima de tudo – e qualquer empresa privada visa primeiramente o lucro -, é isso o que acontece. O produto ou serviço não precisa funcionar ou ter qualidade, basta que os consumidores os adquiram, o resto é “mimimi dessa gente de esquerda”, já diriam os canalhas. A única vacina contra essa desonestidade genética do empresariado é a livre concorrência.
Quando o serviço é privado mas de interesse público, aí então é que a farra é geral. Pensem, por exemplo, no serviço de águas e esgotos da cidade: se só há uma empresa, privada, oferecendo o serviço, e esta só está interessada no lucro (dane-se se há problemas), o consumidor tem a opção de procurar outro fornecedor? Os contratos de concessão costumam ser bem longos, 10 anos ou mais, e na maioria dos casos não há concorrência. Assim, quanto tempo a população terá que sofrer para o serviço melhorar? Se o serviço é público, a população pode usar a próxima eleição para mandar uma mensagem bem clara aos administradores públicos: melhore as coisas ou a gente tira vocês daí.