O Hospital Municipal Carlos Tortelly, no Bairro de Fátima, em Niterói, está deixando pacientes à espera de tratamento, sentados em cadeiras. Isto acontece apesar de o prefeito Rodrigo Neves viver anunciando aos quatro cantos que Niterói tem milhões em caixa. De que adianta tanto dinheiro se ele não aplica bem os recursos e não se preocupa com a saúde da população que sofre nas filas e dentro das unidades da rede municipal?
Falta tudo, desde medicamentos a leitos e equipamentos, sobrando apenas a dedicação de funcionários e médicos, que sofrem ao ver o descaso das autoridades, sem poder fazer nada.
No Carlos Tortely, um trabalhador que deu entrada domingo (27/10), com um ferimento grave, preocupante por causa de sua diabete alta, continua sentado em uma cadeira azul, com a mesma roupa do corpo, com a mochila ao lado, sem tomar banho e sem dormir, à espera de um tratamento digno para minorar o seu sofrimento.
Pessoas que estiveram no hospital municipal, se é que se pode chamar de hospital, revoltadas com o sofrimento desse trabalhador, pedem providências das autoridades para que iniciem o atendimento urgente do paciente ou o transfiram para uma unidade estadual.
Leitos e até lixeiras emprestados
Para o prefeito Rodrigo Neves inaugurar, há cinco anos, o que diziam ser a reforma da emergência do Hospital Municipal Carlos Tortelly, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) conseguiu emprestados da Sociedade Beneficência Portuguesa de Niterói 15 camas de CTI com colchão; 12 mesas inox de refeição; três suportes inox de soro; três biombos e até mesmo seis lixeiras plásticas.
A festa teve discurso e era parte das comemorações dos 441 anos de Niterói, em 22/11/2014. Além do material emprestado pela Beneficência Portuguesa, que até hoje não foi devolvido, compunham o cenário alguns monitores de sinais.
A emergência do Carlos Tortelly continuou atendendo pacientes nos corredores e somente cinco meses depois foi que a FMS abriu licitação para “executar a segunda parte da reforma do hospital”, que contava com recursos de R$ 1,8 milhão do Ministério da Saúde.
Desde 2015, a Beneficência Portuguesa aciona a FMS na Justiça cobrando a devolução das camas e materiais hospitalares cedidos em comodato que expirou no dia 21/12/2014. No processo distribuído para a 1ª Vara Cível de Niterói, a comodante cobra também o aluguel do material fixado no contrato em R$ 23.270 mensais. O aluguel devido desde janeiro de 2015, já soma hoje R$ 1.332.090,00, fora a correção monetária.
Posso afirmar que aquulo énum luxo, meu marido ficou internado lá e saiu um cadáver ambulante. Os corredores fedem a urina, não tem cadeira para banho para pacientes que nao podem andar, meu marido precisava ficar numa cadeira comum, colocando a perna ferida pra fora, um horror.