Engenheiro desempregado na recessão econômica de 1984, para sobreviver Francisco José Leite abriu o quiosque “Onda Natural”, na subida do Costão de Itacoatiara. É o primeiro da praia, do lado esquerdo. Serve um sanduíche natural que há 36 anos está na crista da onda.
O sanduba custa R$ 15,00. Substitui uma refeição pela quantidade e variedade de ingredientes. Primeiro, o freguês escolhe o pão, árabe ou integral, coloca pasta de atum ou de ovo, acrescentando cenoura, beterraba, alface, alho poró, salsinha, agrião, champignon, azeitona, milho, batata palha, cebola roxa, passas e pimenta boquinha.
Chico, como é chamado pela garotada, diz que naquela época o mote era a refeição natural substituindo o hambúrguer e o cheeseburguer.
– Eu tinha um sócio, Paulo Roberto, também engenheiro desempregado, que como eu gostava de cozinhar. Observamos o comportamento dos surfistas que passavam o dia inteiro pegando onda, gastando energia sem se preocupar com a alimentação. Bolamos, então, um sanduíche que tivesse bastante sustança e substituísse o almoço. Primeiro criamos um pão caseiro, integral, sem glúten, com açúcar mascavo, levemente adocicado. Servido quente, contrasta com os sabores salgados das pastas e dos molhos esfriados que vão dentro – conta Chico.
A aprovação com louvor é incontestável. Jovens clientes mostram ter disposição para encarar um sanduba daquele tamanho e misturado de sabores naturais.
A bebida preferida para harmonizar é o açaí ou o mate.
O quiosque oferece, ainda, uma vista privilegiada do mar maravilhoso de Itacoatiara. Alimentada pelo sanduba saudável e delicioso, a juventude dourada encontra ali um ponto especial para agradecer a Deus, a natureza e brindar à vida.
Sem retirar o mérito do Marcelo, que é um grande trabalhador e empreendedor, o Chico é inovador e quem não o conhece, é porque nunca frequetou Itacoatiara ou é ‘houle’.
Muito mais antigo, mais popular e muito mais vendido é o sanduíche natural do Marcelo. O sanduíche Onda Natural nem é tão conhecido assim, e é restrito à uma tribo muito específica, enquanto o do Marcelo, que iniciou suas vendas na Praia de Itacoatiara há mais de 40 anos, hoje é encontrado em todas as praias da cidade e em algumas praias do Rio de Janeiro também. Esse sim merecia uma reportagem.