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Volta do catamarã é cobrada por moradores de Charitas e Região Oceânica

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A volta dos catamarãs Charitas-Praça XV está sendo reclamada por moradores da Zona Sul e da Região Oceânica de Niterói. Associações de bairro e de condomínios iniciaram uma campanha para cobrar do governo estadual o retorno da linha hidroviária. Se queixam também da falta de empenho da Prefeitura de Niterói pela volta do serviço.

Os catamarãs pararam de circular em março de 2020. Decreto estadual suspendeu a linha para controle da Covid-19. No entanto, as barcas Rio-Niterói, com horário reduzido, circulam superlotadas nos horários de pico.

Leonardo Fonte, da União de Síndicos e Comerciantes de Charitas, diz que “a prefeitura fala tanto de mobilidade urbana, mas falta clareza nessa questão dos catamarãs”.  Acrescenta que agora em agosto, com empresas retomando o trabalho presencial e a volta às salas de aula, a demanda por transporte está voltando aos níveis de antes do início da pandemia.

– Por isso estamos exigindo empenho da prefeitura, que investiu tanto na construção do túnel Charitas-Cafubá, e hoje tem uma via expressa (a Transoceânica) que deixa os passageiros na frente de uma estação de catamarã sem utilidade nenhuma. E mais, foi construído um estacionamento subterrâneo que ficou sem serventia – diz Leonardo Fonte.

Além do investimento da Transoceânica frustrado pelos catamarãs, a prefeitura projeta agora a revitalização da orla de Charitas e a implantação de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ligando o bairro ao centro de Niterói. Sem catamarãs, o prefeito Axel Grael fala em implantar um serviço de water taxi (transporte hidroviário de passageiros por embarcações de pequeno ou médio porte) e construir uma rede de píeres públicos.

A Secretaria Estadual de Transportes (Setrans) não tem uma previsão para a volta dos catamarãs de Charitas. Mas confirma informação da CCR Barcas, de que houve queda de 75% no volume de passageiros, de 80 mil/dia antes da pandemia para 19 mil, incluindo as barcas Rio-Niterói. Em 2016, alegando prejuízos, a CCR recorreu à Justiça para devolver a concessão ao estado. Em l° de novembro, passou a circular com os catamarãs de Charitas somente pela manhã e à tarde, parando as embarcações das 12h às 16h.

Em 2018, o governo estadual realizou uma licitação para a escolha de uma nova concessionária, mas o edital foi anulado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), porque não previa a implantação de tarifa social na linha Charitas-Praça Quinze, contrariando lei promulgada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio naquele mesmo ano. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas, seriam necessários 40 mil passageiros por dia para justificar a implantação da tarifa social nos catamarãs.

Em 2019, a Setrans anunciou que faria uma nova licitação em 2021, mas ainda não abriu a concorrência pública. O contrato em vigor se encerra em fevereiro de 2023. A linha Charitas-Praça Quinze,  quando foi criada, tinha a previsão contratual de ajudar na manutenção de outras linhas, como a de Cocotá, na Ilha do Governador. As barcas Rio-São Gonçalo, prometidas há mais de quatro décadas, continuam sendo uma miragem, assim como o projeto da Linha 3 do metrô, para ligar São Gonçalo a Niterói e ao Rio. Só existe no papel desde 1968.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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