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Vítimas da segurança marqueteira

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Toda vez que os governos federal e estadual anunciam, como agora, algum reforço de policiamento para o Rio de Janeiro, acaba sobrando para os indefesos moradores de Niterói e São Gonçalo. Durante  a Copa e as Olimpíadas, quando fecharam o cerco na capital os bandidos migraram para os morros dessas duas cidades, por terra e por mar, porque sabiam que poderiam agir com maior facilidade já que na ex-capital fluminense e no município vizinho não há policiais suficientes para combater o crime. Foi um tiro que saiu pela culatra para niteroienses e gonçalenses.

O pior é que os criminosos vieram, gostaram e ficaram. Juntaram-se aos bandidos daqui, criando verdadeiras Sucursais do Crime. Treinados e fortemente armados, dominam os morros e agem no asfalto, atemorizando os moradores com o aumento cada vez maior de assaltos e delinquências.

As polícias Civil e Militar se mostram insuficientes no combate, não só pela falta de contingentes, mas também pela ausência de condições mínimas para executar sua missão. São poucos carros, gasolina racionada, equipamentos obsoletos ou em falta, e, ainda mais,  servidores desmotivados pelo atraso de salários, num Estado falido pela corrupção e incompetência.

Não lhes resta alternativa se não trocar tiros de longe com os bandidos, aterrorizando ainda mais os pacatos moradores da ex-capital. De vez em quando, para dar maior visibilidade à PM, aparece algum reforço do Bope, com o caveirão aumentando o confronto entre polícia e bandido, mas deixando a comunidade interditada por horas.

O prefeito Rodrigo Neves, anunciou um convênio com a Fecomércio, para montar um esquema de policiamento ostensivo nos moldes do Rio Presente, mas pelo que soube a entidade do comércio roeu a corda. Agora ele anuncia a contratação de PMs de folga. Ora, se se esses policiais não dão conta quando estão de plantão, dificilmente arriscarão a vida em funções extras. Além disso, como trabalham no limite máximo de estresse e sob risco de vida permanente, não é recomendável ocupa-los em suas folgas com o mesmo trabalho.

O que o prefeito devia fazer é cobrar das autoridades federais e estaduais uma solução para a segurança de Niterói, que tem uma renda per capita alta, que contribui muito para a arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais.

É preciso acabar com jogadas de marketing, que só servem para gastar milhões com publicidade, dinheiro do munícipe que sabe que com paliativos não se vai resolver o problema de segurança de Niterói.

Do jeito que a coisa está só orando a Deus e apelando a São Dimas, o bom ladrão que se arrependeu de seus pecados ao lado de Cristo no calvário e quem, segundo a fé cristã, protege nossas casas dos malfeitores.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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