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Violência ostensiva assusta Niterói

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Não há mais uma esquina ou rua do “perdeu”. Niterói inteira está dominada pela bandidagem. O mais assustador é que até para roubar celulares e uns trocados da vítima ladrões fazem isso ostensivamente com fuzis, armas de guerra de alto poder de destruição. Vai longe o tempo dos punguistas, batedores de carteira conhecidos como “mãos-de-luva”, tal a habilidade que tinham em meter a mão no bolso da vítima sem serem notados. Hoje a frase “Isto é um assalto”, repetida em velhos filmes policiais, foi trocada pela corruptela “perdeu”.

Perdemos todos os dias com a corrupção metastática que migra de um órgão público para outro. O câncer moral corrói nossa sociedade que assiste na televisão a prisão de políticos e, mais recentemente, de praticamente uma companhia inteira de policiais militares (96 soldados, cabos e sargentos presos) que davam cobertura a traficantes de 16 favelas de São Gonçalo e ainda os mandavam roubar para lhes pagar a propina semanal.

Na última terça-feira, ao buscar o filho no maternal do colégio Gay Lussac, uma mãe foi assaltada por um bandido de fuzil. A ela nada adiantou o carro blindado. Foi surpreendida ao saltar do veículo que, agora, certamente está sendo usado como um “caveirão do crime” pelos delinquentes. No mesmo dia, um empresário também teve roubada sua camionete blindada, conforme registro na 79ª DP (Charitas). Dias antes, um grupo de amigos reunido à mesa de um dos quiosques da orla da Boa Viagem foi assaltado pelo bandido do fuzil que repetia ameaçadoramente: “Não é brinquedo, não!”.

Não é brincadeira mesmo. A cidade se amedronta, as ruas ficam desertas no meio da noite e bares, cinemas e restaurantes sofrem prejuízo com a queda do movimento. Os assaltos se repetem monotonamente. Câmeras de segurança em ônibus, lojas e ruas da cidade gravam a repetida ação de bandidos contra cidadãos indefesos e, raramente, se observa a ação da polícia. Ao contrário dos filmes de faroeste, nesses assistidos em Niterói o bandido se dá bem no fim, já que o mocinho nunca aparece na tela.

Por outro lado, sempre querendo aparecer no vídeo e nas notícias de jornal, políticos se esmeram em anunciar providências para a segurança de Niterói que logo mostram sua inocuidade. Dano mesmo muitas delas provocam é no erário público ao se gastar milhões com esta ou aquela proposta de garantir segurança com projetos para inglês ver, que não funcionam pela falta de coordenação e motivação além daquela de simplesmente vender o político como bom administrador. Assim foi com as UPPs, assim será sempre com qualquer projeto policial imediatista e sem comprometimento com o social.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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