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Unimed-Rio: MPs de olho na crise

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A crise financeira que envolve a Unimed-Rio preocupando seus 5.500 médicos cooperados e também aos cerca de 950 mil segurados está sendo acompanhada pelos Ministérios Públicos estadual e federal e pela Defensoria Pública estadual, além da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O MP-RJ divulgou nota, nesta tarde, afirmando que ”os órgãos envolvidos acreditam que com a colaboração de todos o atendimento aos usuários será mantido com o padrão de qualidade esperado”. Além da crise financeira, a diretoria da cooperativa de médicos enfrenta também a oposição de um grupo descontente com sua gestão, que já convocou para dia 28 de julho uma assembleia extraordinária para votar a destituição de todo o conselho da Unimed-Rio e a marcar novas eleições.

Segurados da Unimed-Rio encontram, a cada dia, mais portas de consultórios, clínicas e hospitais fechadas para eles. No Rio, a Casa de Saúde São José decidiu que a partir de 3 de agosto deixará de atender segurados da cooperativa.  A situação se repete em Niterói, onde a congênere Unimed Leste Fluminense tem que atender pelo sistema de intercâmbio os pacientes filiados à cooperativa carioca com planos de cobertura nacional, mas os médicos locais têm-se recusado a fazê-lo reclamando atraso no recebimento de seus honorários.

Caso se repita o que aconteceu com a Unimed Paulistana, que quebrou, o sistema Unimed sofrerá um forte baque, principalmente porque outras cooperativas do Estado do Rio dependem do repasse financeiro e da rede de atendimento para manter seus serviços. Exemplo disso é a Unimed Leste Fluminense, que tem uma carteira de 203 mil clientes e presta cerca de um terço de seus atendimentos a segurados da Unimed-Rio.

Desde quando suspendeu, em março, o pagamento da produção dos médicos, muitos deles deixaram de atender clientes da cooperativa carioca. Os pagamentos foram retomados somente este mês, mas muitos consultórios ainda não estão atendendo pacientes da Unimed-Rio em Niterói.

Segundo a nota do MP, “inobstante os intensos debates políticos internos da operadora que vêm sendo noticiados na imprensa, a crise atual tem um fundo eminentemente econômico, cuja solução, que já vem sendo trabalhada, passa necessariamente pela realização de um adequado aporte de capital por parte de todos os médicos cooperados, como consequência da responsabilidade que lhes impõe a lei e o estatuto da cooperativa”.

Acrescentam, ainda, os promotores que “o comprometimento dos cooperados com o plano de recuperação é indispensável, independentemente de posição política na cooperativa ou da composição da direção”.

A nota do MP busca, ainda, tranquilizar cooperados e segurados da Unimed-Rio, ressaltando que “já foi apresentado um plano de adequação econômico-financeira por parte da operadora, com uma série de medidas que, somadas ao aporte (de capital por parte de todos os médicos cooperados), apontam para uma recuperação viável. Diversas reuniões já foram realizadas com o conjunto de segmentos de cooperados interessados, para que seja possível contemplar na estratégia de restruturação todas as proposições positivas, sendo certo que a sua execução será acompanhada de perto por MP, MPF, Defensoria e ANS. A rede de prestadores (hospitais e laboratórios) ouvidos se dispôs a atuar em prol do plano de recuperação,  o que contribui inexoravelmente para um resultado positivo. A Unimed Brasil já foi também chamada a tomar parte nesse processo. A contribuição efetiva de todos os cooperados, contudo, é fundamental. O foco é a recuperação da empresa, que se faz premente e será rigorosamente fiscalizada, assegurando a proteção dos consumidores, sem descuidar da eventual apuração de responsabilidades”.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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