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Trocar nome de rua em Niterói é mais fácil do que tocar obra na Moreira César

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Trocar nome de rua deve ser mais fácil para a prefeitura de Niterói do que concluir obras de revitalização. A Moreira César, em Icaraí, virou um canteiro de obras em 2015. Em sete meses, metade do tempo previsto para a reforma dos dez quarteirões da rua, os operários não passaram da primeira quadra. Logo o piso de granito trincou e a fiação continuou em meio aos galhos de árvores.

O tradicional point comercial de Niterói está hoje entre os mais comentados nas redes sociais e em notícias da imprensa. Isto desde quando o prefeito Axel Grael abriu consulta pública para a troca do nome da Moreira César pelo do ator Paulo Gustavo, falecido no dia 4 de maio.

Leia mais: Mudar nome de rua existente há mais de 20 anos é proibido por lei em Niterói

Além da consulta pública para colocar o nome do querido ator Paulo Gustavo na rua de Icaraí, já tramitam na Câmara de Vereadores oito projetos: dois deles para dar o nome do artista ao centro cultural projetado para o espaço do Cinema Icaraí; três para a instalação de busto e de estátua na Praia de Icaraí, no Campo de São Bento e na porta da Confeitaria Beira Mar; um para que o Cine Reserva Cultural receba o nome de Paulo Gustavo; outro para renomear o Centro Petrobras de Cinema; e a oitava proposição para a mudança do nome da Rua Coronel Moreira César.

Como Grael tem enfatizado que seu governo é de continuidade ao do antecessor Rodrigo Neves, do qual foi vice-prefeito e secretário em dois mandatos, ele não precisa fazer pesquisa para dar continuidade à revitalização da Moreira Cesar. A obra parou em fevereiro de 2016, no primeiro trecho entre as ruas Miguel de Frias e Álvares de Azevedo.

Não foi por falta de recursos, mas por incapacidade administrativa que a obra parou. Grael, então vice-prefeito, registrou em agosto de 2015, em seu blog, que duas emendas parlamentares do deputado federal Sergio Zveiter garantiam investimento de R$ 8.098.642,27 para o projeto.

A Moreira Cesar, comparava Rodrigo Neves, seria mais conhecida do que a rua paulista Oscar Freire. A revitalização previa piso de granito, pisos táteis, bicicletários, padronização de bancas de jornais, lixeiras e bancos. A fiação seria toda subterrânea, haveria monitoramento por câmeras e acesso livre à internet. Entre outros melhoramentos seria feito o reaproveitamento de águas cinzas.

Ficou tudo no papel, seis anos depois do anúncio da remodelação da principal rua de Icaraí. A pergunta hoje que todos fazem a Axel Grael: “Parou por que ? Por que parou?”

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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