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TransOceânica morre na praia sem barcos

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Na contramão da TransOceânica, a CCR resolveu aumentar de 15 para 20 minutos os intervalos de saída dos catamarãs nos horários de pico e suspender a circulação das embarcações que ligam Charitas à Praça Quinze das 12h às 16h. A justificativa é a de que nesse horário cai bastante o número de passageiros. No sábado, a coluna publicou artigo de Luiz Antonio Mello criticando a falta de atitude da prefeitura, que somente ontem à noite se manifestou, pedindo providências ao Ministério Público Estadual para evitar prejuízo aos usuários da CCR.

Como toda boa obra mal planejada, a TransOceânica soma mais este à lista de erros que vem acumulando, tais como redução do estacionamento junto ao comércio da Estrada Francisco da Cruz Nunes; ciclovias sobre o passeio público; sinalização tátil que conduz o deficiente visual de encontro a postes na calçada; pista para apenas um carro, sem prever entrada de garagens na Avenida Paulo Mello Kale, no Cafubá; pontos de ônibus a meio quilômetro uns dos outros e retornos distantes.

Grande parte da população economicamente ativa de Niterói trabalha no Rio. Há também muitos moradores que estudam na Capital. A população da Região Oceânica já representa cerca de 30% do total de 497 mil habitantes. Especialistas em trânsito consideram que 120 mil pessoas fazem o movimento pendular entre o Rio e Niterói. Mas o projeto da TransOceânica parece não ter considerado isto seriamente.

Desde o início da obra o que se vê é que os 9,3 quilômetros desta via levariam a população da Região Oceânica apenas até a estação dos catamarãs, em Charitas.

Estão sendo gastos R$ 310 milhões (R$ 292 milhões financiados em 25 anos pela Caixa Econômica) para a construção da obra a cargo de um consórcio formado por uma das empresas de Ricardo Pessoa, empresário condenado pela Operação Lava-Jato.

Agora, do meio-dia às 16h quem chegar pelo túnel Charitas-Cafubá em direção ao Rio vai ter que cruzar a Zona Sul congestionada para seguir até as barcas na Praça Arariboia ou à Ponte Rio-Niterói, já que os catamarãs estão fora de operação.

Comerciantes no prejuízo

Nas tardes hoje desertas da estação hidroviária de Charitas, comerciantes pagando aluguéis de R$ 4,5 mil por loja ocupada, já preveem o prejuízo. No Restaurante Olimpo, na tarde de ontem, não se via o vai-e-vem de garçons. As mesas estavam vazias, exceto uma, onde um casal conversava compenetrado.

Os donos da Panito, uma sanduicheria que vende café expresso e cervejas artesanais, já tinham sentindo uma queda no movimento antes da paralisação dos catamarãs, o que acreditam fará o caixa ficar ainda mais vazio. A loja do Mundo Verde, inaugurada com a abertura da estação há doze anos, ocupa três lojas, pagando R$ 13,5 mil de aluguel, e também sofre com o esvaziamento da estação, assim como a loja de revistas, jornais e charutos amarga prejuízo.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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