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Quinta-feira, dia do meu aniversário, comecei a escrever uma quase autobiografia que mistura a história do rock com a minha, um livro que decidi fazer porque tudo indica que tenho coisas a dizer e não somente a falar. Só saberei por qual editora ele vai sair quando terminar de tecer (a palavra certa é essa) cada palavra, cada linha, cada página. Espero que até lá consiga um agente literário, alguém por aí se habilita?

O rock e eu temos quase a mesma idade pelos registros oficiais que são muito polêmicos, mas considerando o lançamento de “That’s All Right (Mama)”, de Elvis Presley, como o parto do rock ele veio ao mundo em julho de 1954. Eu, em 1955, numa sexta-feira de carnaval.

Nos anos 1990 lancei o livro “Torpedos de Itaipu”, uma coletânea de crônicas e contos que publiquei em jornais de Niterói e que o saudoso amigo Alberto Magalhães (Magá morreu ano passado na paradisíaca Jericoacoara, santuário do windsurf que ele escolheu para ser feliz nos últimos 15 anos) produziu e publicou pela sua Artware, editora. O projeto gráfico e desenhos foram do brilhante Renato Bittencourt e a produção da também brilhantíssima Dôra Silveira.

Itaipu entrou em minha vida nos anos 1980, quando eu pilotava a Rádio Fluminense FM, a Maldita, e naturalmente vai ganhar generosas páginas em minha quase autobiografia. Foi no mar de Itaipu que decidi confiar e fiz dele fiel depositário de amores, divagações, vastos momentos felizes, amizades, celebrações, vida. Talvez por isso “Torpedos de Itaipu” foi reconhecido como um livro solar, alto astral porque 80% do que escrevia nos jornais da época eu começava a imaginar em Itaipu.

Em meus sonhos, ou delírios, gostaria de passar a velhice por lá numa espécie de versão brasileira de “O velho e o mar”, mas sem lutas contra peixes furiosos. Preguiça, mar, sol, preguiça, saúde, saúde, saúde, assim seria o meu velho e o mar. Sonho 2 (é permitido sonhar, não é?) – a quase autobiografia vira um enorme sucesso e eu me sustento em Itaipu com o dinheiro dos direitos autorais, com direito a casa, cachorro, quintal, janela, vento, faxineira e tudo mais.

O projeto número um que não existia, mas passou a existir em, 1º. de fevereiro último (gosto assim, fazer e depois projetar) é a Rádio LAM, que está no ar, disponível para qualquer pessoa em qualquer lugar do planeta. Basta clicar aqui: https://radiolam.wixsite.com/24horas e, por favor, mandar a sua opinião pelo e-mail que está lá. Poss falar? Estou muito orgulhoso da rádio, criada, nascida e mantida na nossa Niterói RJ.

O projeto número dois é essa quase autobiografia que será dedicada a Niterói, cidade que me levou pela mão e lá na frente me jogou no mundo dizendo “siga a sua intuição, a sua coragem e vá em frente”. Com certeza meu herói Arariboia teria dito a mesma coisa, como certa vez o amigo Gilson Monteiro também disse – e não vai lembrar – porque ele era um dos sócios da Radio Fluminense FM e me deu a maior força. Sem ele, sem meu guru João Luiz Faria Netto e Ephrem Amora a rádio não teria existido.

O que sinto por Itaipu é a mesma paixão que me conduz pelas ruas de Niterói, cidade que defendo com o sangue quente. Não suporto ver lambanças, falta de respeito com a cidade. E acho que essa paixão vai estar bem presente em minha quase autobiografia.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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