Há dez anos, Zezé lançou um livro com sua biografia. “Vidas em Chamas” narra as lembranças mais doloridas da sobrevivente através da personagem Natali. A autora traça um paralelo entre os ancestrais da época da escravidão, perpassando por uma análise do cenário político-econômico do Brasil antes e depois da tragédia. Os dois capítulos que narram, com detalhes, os momentos em que esteve dentro do circo em chamas ficam no meio do livro.
No dia 17 de dezembro de 1961, o incêndio do Gran Circus Norte-Americano matou cerca de 500 pessoas e deixou outras 120 mutiladas, além de dezenas que foram obrigados a conviver com marcas profundas e permanentes, físicas e psicológicas.
A mãe dela deu entrada em uma ação indenizatória, em 1962, cobrando danos morais e materiais. Zezé lembra que foi chamada para diversas audiências, ocorridas onde hoje funciona a biblioteca judiciária, no Centro de Niterói. Em 1976 ela resolveu procurar pelo advogado contratado por sua mãe. Não achou nem ele nem o processo.
Durante anos ela fez buscas em cartórios distribuidores de Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro, em vão. Até que em 2016, Zezé Pedroza encontrou seu processo. Foi então que descobriu ter perdido a causa, já que nem o município de Niterói, nem o estado do Rio de Janeiro, nem o Governo Federal se responsabilizaram pela tragédia na época, alegando que o incêndio fora criminoso. Também não recebeu o valor que cabia a ela do “Fundo de Assistência às vítimas do incêndio em Niterói”, decretado e divulgado no Diário Oficial de 19 de dezembro de 1961 pelo então governador Celso Peçanha.
A professora não desistiu de receber uma indenização. Com a ajuda de outro advogado, o processo foi refeito. Há cerca de dois anos está na lista de processos especiais de direitos humanos da ONU. “Foram tantas lutas! Tantas dores e perdas! Sempre fomos pobres, entretanto meu pai vendeu tudo o que tinha para salvar minha vida. Depois do que aconteceu comigo, não posso deixar de ser feita a justiça dos homens em minha história”, finalizou.
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