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Rotina de crimes assusta moradores e comerciantes no Centro de Niterói

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Homem com tornozeleira eletrônica assalta loja na Rua da Conceição às 13h de sábado / Reprodução

O Centro de Niterói enfrenta uma crescente onda de roubos e furtos, afetando diretamente moradores e comerciantes da região. Lojas são arrombadas durante a madrugada ou assaltadas à luz do dia — nem mesmo as bancas de jornais escapam da violência. O cenário de abandono tem levado ao fechamento de comércios e à ocupação das calçadas por moradores de rua, evidenciando um esvaziamento preocupante da área.

Apesar do aumento da insegurança, a prefeitura segue investindo pesadamente em eventos e shows. O prefeito Rodrigo Neves destina milhões de reais a festividades e ações que também servem para promover sua esposa, Fernanda Sixel, candidata a deputada estadual. Enquanto isso, a cidade continua vulnerável, mesmo com incentivos financeiros destinados às forças de segurança. A prefeitura paga R$ 1,6 milhão como abono para 300 policiais civis e outros R$ 75 milhões para reforço do policiamento militar.

Em fevereiro, a PM recebeu dez carros e dez motos, mas a ausência de agentes nas ruas, especialmente de madrugada, é reclamação frequente da população.

Futuro incerto

Como se cimento e asfalto pudessem resolver a violência e o esvaziamento do Centro, a Prefeitura acaba de gastar R$ 420 milhões na revitalização da orla que vai do Mercado de Peixe ao Gragoatá. Destes, R$ 90 milhões foram aplicados na Avenida Visconde do Rio Branco, onde mudaram Arariboia de lugar. Além disso, a Câmara de Vereadores aprovou um fundo de R$ 400 milhões para projetos habitacionais na região.

Outra iniciativa é a aprovação do Aluguel Universitário, que prevê um crédito de R$ 4,2 milhões para incentivar estudantes de baixa renda a morarem no Centro. Cada beneficiado receberá R$ 700 mensais, mas, segundo plataformas como QuintoAndar e Viva Real, os aluguéis na região variam entre R$ 1.200 e R$ 2.300 para apartamentos de um quarto, e entre R$ 1.600 e R$ 2.200 para imóveis de dois quartos.

O futuro do Centro de Niterói ainda é incerto, apesar de investimentos milionários que pouca eficiência demonstram ter. Não é a primeira nem será a última obra de revitalização da área central que resolverá a insegurança e o esvaziamento da região. Moradores e comerciantes da área já pensam até em apelar ao espírito guerreiro de Arariboia para terem a paz e o progresso que merecem em contrapartida aos impostos pagos com suor.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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