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Renan Tinoco, um doutor pioneiro

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A medicina fluminense perdeu Renan Tinoco, aos 79 anos, que em 1963, ao se formar na UFF, com especialização em cirurgia, retornou a sua terra natal, Itaperuna, para transformar uma pequena clínica, com 25 leitos e nove médicos, no São José do Havaí, o maior hospital da Região, para atender principalmente a população carente do norte fluminense através do SUS, Sistema Único de Saúde.

O seu dinamismo, a sua visão e a sua constante preocupação em dar assistência médica de qualidade aos mais necessitados, fez com que o hospital passasse a ser referência no Brasil em algumas especialidades, como a cirurgia cardíaca, que implantou em 1991, levando uma equipe de alto nível, tendo à frente o renomado Geraldo Ramalho. O serviço passou a realizar uma média de três cirurgias de procedimentos de safena e de mamária por dia, de segunda a sábado, chegando a contar mais de cinco mil, com um índice baixíssimo de insucesso, sendo o hospital que mais operou no Estado do Rio, tornando-se um Centro de referência cardíaca para o país.

Com a evolução da cardiologia, o serviço acompanhou o crescimento, realizando hoje apenas cerca de 30 por cento de cirurgias e 70 por cento de angioplastias, com a colocação de stentes.

Pouca gente sabe, mas Renan foi pioneiro em videolaparoscopia no Brasil, integrando uma equipe de jovens médicos de Goiânia.

Ele estava internado há meses no hospital que ajudou a fundar e os funcionários no fim do ano fizeram um grande abraço na rua, em torno de suas dependências, para homenagear aquele que eles consideravam não um chefe, mas um companheiro da equipe, um amigo.

Certa época, passei mal em Itaperuna e fui socorrido às pressas na emergência, precisando ficar internado, onde pude constatar a competência dos médicos e do carinho dos enfermeiros e auxiliares. Lá não existe tratamento VIP, mas presteza, qualidade e dignidade, importante para a recuperação de um doente.

Nunca estive com ele para agradecer, também não sei se ele soube da minha internação ali, mas ficou gravado os depoimentos que ouvi na beira do leito, da equipe que me atendeu sobre o trabalho humano, do Dr. Renan, medico extraordinário, que ele sirva de exemplo para as futuras gerações de doutores.

Morou muito tempo em Niterói, aqui deixa seu irmão Jose Egidio, que com outros colegas fundou os hospitais das Clinicas de São Gonçalo e o  Icarai, hoje muito bem dirigidos por seu filho Savio Tinoco.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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