Está faltando diálogo entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a concessionária de energia elétrica Enel. Com o prédio da Reitoria, na Praia de Icaraí, sem luz há uma semana, cortada por falta de pagamento, segundo a empresa, a UFF transferiu para outros locais do campus alguns serviços vitais da administração da universidade, como o pagamento de bolsas de estudo a alunos e a preparação da folha de vencimentos de servidores e professores.
O reitor Sidney Melo participou na quarta-feira (20/12) de um protesto de professores, alunos e funcionários em frente à sede da Enel, no Gragoatá. O magnífico discursou dizendo que “a universidade pública está sob ameaça”, e que é hora de todo mundo ir à luta, inclusive ele, o reitor.
Melo voltou a alegar que a Enel descumpriu acordo firmado com a universidade e o MEC na Justiça Federal, de receber parceladamente as dívidas de contas de energia acumuladas em 2015 e que a empresa estaria agindo unilateralmente ao cortar o fornecimento de luz. A UFF já teria quitado cerca de R$ 6 milhões do débito de R$ 16,1 milhões.
No entanto, ao ser convidado para uma reunião com diretores da Enel, durante a manifestação em frente à sede da empresa, o reitor se negou a dialogar para solucionar o impasse. Disse que não estava ali “pedindo esmolas, queremos respeito com a comunidade da UFF”.
Sabemos das dificuldades financeiras e burocráticas das universidades, mas isso não justifica um atraso de mais de 30 contas de luz, inclusive as do Hospital Universitário Antonio Pedro. O reitor tem papel importante na vida acadêmica, e, por isso, tem que dar bons exemplos para os alunos, preparando-os não apenas para suas profissões, mas também lhes dando lições de ética.
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