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Prefeitura transforma Niterói em uma cidade cenográfica

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Rua Moreira César e a maquete (no detalhe) de como ficaria depois da revitalização (abandonada ainda no começo da obra)

Esta semana, um indignado taxista que perdeu o amortecedor dianteiro de seu carro numa cratera na ex-via auxiliar da estrada Francisco da Cruz Nunes (Região Oceânica) me disse que vai anular seu voto para prefeito em outubro.

Segundo ele “não fizeram nada em Niterói nesses quatro anos”, mas eu discordei. Fizeram sim. Muitas maquetes, desenhos e projetos. E fui mais além afirmando que se fosse em Niterói a ciclovia da Niemeyer não teria desabado por uma razão muito simples: ela não existiria. A maquete, sim.

Niterói compete com o Projac, cidade cenográfica da Rede Globo já que, obra feita, terminada, acabada, só uma: aquela pista de skate em São Francisco, que inunda em dias de chuva forte. Ah, sim, a prefeitura terminou o “mergulhinho”, que chama de mergulhão, que já estava na reta final. No mais, maquetes, maquetes, maquetes.

Dias atrás, solenemente, a prefeitura apresentou mais uma maquete, a da provável obra que disse que vai fazer em Piratininga, uma espécie de calçadão em forma de escadaria, para conter ressacas. Ressacas como a desta semana que eliminaram, de novo, aquele conjunto de pedregulhos disformes e abandonados chamado de calçadão.

Para não cometer injustiças, peguei O Globo de 28 de outubro de 2010 que traz as principais promessas de campanha do prefeito, ex-petista e agora verde. Por causa do espaço, não publico todas, mas lá embaixo deixo o link da reportagem. Ao lado de cada item, em negrito, uma observação minha.

Saúde

Reabertura da emergência do Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho) – Primeiro ato de governo. Maquete.

Criação de um novo hospital de emergência no município em parceria com o governo do estado. Nem maquete.

Ampliação do Programa Médico de Família (PMF) com a criação de outras 15 unidades de atendimento, cujo objetivo é atender 180 mil pessoas. Nada feito.

Promover concursos públicos para a contratação de profissionais na área da saúde, principalmente de médicos que atuem no setor de emergência. Não consegui informações.

Ampliação do número de leitos e a implantação de uma unidade coronariana no Hospital Carlos Tortelly, no Bairro de Fátima. Nada feito.

Criação do Centro de Atenção Psicossocial(CAPs) 24h para atendimento de usuários de drogas, principalmente de crack, inclusive com a implementação de consultórios de rua. Nada feito.

Implantar dois Centros de Especialidade Odontológicas (CEO´s). Nada feito.

Segurança Pública:

Dobrar o efetivo da Guarda Municipal (dos 330 atuais para 660), criando outras duas bases para o órgão – uma em Piratininga e outra em Várzea das Moças. Maquete.

Criar uma central de monitoramento, com 200 câmeras, nas entradas estratégias da cidade, integrando as forças de segurança estadual, federal e municipal – modelo semelhante ao implantado pela prefeitura de Volta Redonda. O investimento nesse centro de controle ficará em torno de R$ 3,5 milhões. Feito, mas custou R$ 20 milhões.

Dobrar o efetivo de policiais militares contratados através do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), para o reforço do policiamento. Não consegui informação.

Implantar o Observatório Municipal de Segurança Pública para a produção de dados sobre violência. Nada feito.

Criar um centro de mediação de conflitos e um programa comunitário de prevenção à violência e às drogas — Famílias da Paz. Não consegui informação.

Mobilidade/Trânsito e Transporte

Implantar a via expressa TransOceânica entre Charitas e a Região Oceânica, com o uso de BRT (ônibus articulados), via túnel, com faixa exclusiva para ciclistas. O objetivo é reduzir o tempo de deslocamento da Região Oceânica para o Centro do Rio de duas horas para cinquenta minutos. Maquete em andamento.

Construção do túnel Charitas-Cafubá sem a cobrança de pedágio. Maquete em andamento

Criar a via expressa a TransNiterói, entre o Largo da Batalha e o Barreto, com BRT. Maquete.

Ampliar a estação das Barcas de Charitas com preços similares ao da Estação Araribóia. Nada feito.

Integrar de todos os modais de transporte: ciclovias, metrô, barcas e ônibus. Nada feito.

Garantir o projeto de expansão da Linha 3 do Metrô. Nada feito.

Implantar um sistema de Veículo Leve Sobre Trilho (VLT) no Centro de Niterói. Nada feito.

Áreas de risco:

No primeiro mês de governo, mapear e ter um laudo sobre todas as famílias que vivem em área de risco. Nada feito.

Construir 5 mil unidades habitacionais até o final do primeiro mandato.  Nada feito.

Ordem Urbana:

Construir mercados populares para os vendedores ambulantes no Centro e em Icaraí e registrá-los como microempreendedores individuais. Nada feito.

Criar dois estacionamentos subterrâneos no município: um no Centro e outro em Charitas. No Centro nada feito, em Charitas obra paralisada.

Meio Ambiente:

Implantação do Parque Darcy Ribeiro. Não consegui informação.

Criar um corredor ecológico na Região Oceânica, que vai ficar entre a Reserva Darcy Ribeiro e a Serra da Tiririca. Nada feito.

Encerrar o despejo de resíduos sólidos na célula emergencial do Morro do Céu e recuperar ambientalmente toda aquela região, aproveitando a mão de obra dos antigos catadores daquele local para programas de inclusão produtiva e recuperação ambiental. Nada feito.

Gestão:

Enxugar a máquina pública, reduzindo as secretarias regionais e os cargos comissionados. Nada feito.

Para ler na íntegra a matéria do Globo, clique aqui.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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