Os primeiros emigrantes que chegaram foram empregados na construção naval. Depois, desde o início do século 20, com a crise em Portugal foram vindos outros com vontade de trabalhar e tino comercial. Eram geralmente pequenos produtores do Norte, que optaram em viver em Niterói. Eles abriram pequenos bares, restaurantes, padarias, quitandas e alfaiatarias.
Muitos daqueles negócios já desapareceram, outros poucos ainda resistiram às diversas tempestades econômicas.
Deixam saudades a Alfaiataria Soares, a Padaria Portugal Pequeno, o restaurante Vale do Coimbra e, a mais recente perda, o Salão Tavares, com a morte de uma lenda, Adilson Rosa da Silva.
Resistem bravamente, o Decolores, a antiga Quitanda, que o bisneto transformou na Padaria Jireh, e outros pequenos negócios.
Os portugueses, para manterem a tradição católica, musical e folclórica, além da preocupação com a saúde, construíram a igrejinha de Nossa Senhora de Fátima, a sede da Banda Portuguesa e o Hospital Santa Cruz, este no Centro.
Rosati mostra no filme algumas casas que trazem os traços da arquitetura portuguesa e cenas do sueco Palmeiras Negras, rodado no bairro em 1968.
– O filme resgata aspectos da vida na aldeia portuguesa às vésperas da emigração; documenta e busca recompor a vivência dos anos iniciais na nova terra, a criação da Banda Portuguesa, expressão maior da identidade cultural dos imigrantes, e a formação de um sistema próprio de proteção social para os membros da comunidade e trabalhadores dos estaleiros da região; e a partir da memória de alguns núcleos familiares, tenta captar o que foi a vida cotidiana do lugar, suas festas religiosas, seus bares na beira do cais e suas histórias – conta Rosati.
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