“A febre das notícias ao entardecer” está sendo lançado pela Auracom Livros e pelo site amazon.com.br (em diversos formatos digitais).
Os anos 60 marcaram a transformação dos jornais diários de duas edições em edições únicas que perduram até hoje, enquanto avança o jornalismo online trazendo notícias em tempo real, mas sem o glamour daquela época em que repórteres e fotógrafos apuravam os fatos e os apresentavam alguns em estilo romanceado. Hoje, as reportagens saem iguais, com fotos idênticas e pouco ou nenhum cuidado com a exclusividade tida como ponto de honra dos jornalistas do tempo em que Pinheiro Junior começou brilhando na Última Hora.
Na época, lembra o autor, “as narrativas se aglomerarem como reportagens políticas, policiais e de costumes e até literárias como se tudo se entrelaçasse, se completasse e se justificasse”.
– Essa promiscuidade era típica dos jornais de sensação, que nem sempre estabeleciam separação editorial para assuntos diferentes. Era o sintoma mais nítido da desesperada busca de leitores que tinham que ser alcançados onde quer que estivessem para garantir a sobrevivência dos vespertinos – conclui Pinheiro Junior.
No livro, o repórter-narrador recebe um hipotético manuscrito que lhe foi entregue, pouco antes de morrer, por um repórter de longa vivência com a notícia. Como se fosse um diário de bastidores das reportagens feitas por ele e colegas de outros vespertinos, vão sendo registrados e encadeados os acontecimentos – “os mais estranhos amores, irrefreáveis rancores e insondáveis segredos – sem as peias do anódino jornalismo diário”. O próprio repórter que protagoniza a narração de todas as histórias é em si um fato de criação não menos misteriosa, em sua luta para mostrar que, a partir dos bastidores, era difícil saber quem era herói. E quem merecia ser condenado como bandido.
– Porque aquela era do vilão errante – acentua o repórter-narrador – numa sociedade que parecia dar à execução de bandoleiros do asfalto mais importância do que, por exemplo, à polêmica do Prêmio Nobel escamoteado – por vilões internacionais? – ao célebre físico brasileiro Cesar Lattes.
Juntando-se ao seu personagem-repórter, Pinheiro Junior lembra que por cima da realidade secreta que encerrava todas as histórias romanceadas estava a gritaria dos editores redações afora, numa febre escaldante, porque era preciso vender jornal para atingir o público cada vez mais arredio.
– Tão arredio – continua Pinheiro – que acabou rendendo-se à fome econômica e, por fim, à censura política.
É esta a batalha retratada no movimentado documento que o repórter observador-investigador confiou ao autor, Pinheiro Junior. “A Febre de Notícias ao Entardecer” é, porém, mais que um epitáfio para uma poética insidiosa. Soa também como um vaticínio à espreita do que resta dos jornais impressos.
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