Marco Lucchesi, ilustre morador de Itacoatiara, na Região Oceânica de Niterói, reeleito este ano pela terceira vez seguida presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), toca online a entidade. Além da troca de mensagens frequente entre os imortais, Lucchesi incluiu no site da ABL apresentações da Orquestra da Grota, com músicos da comunidade de São Francisco.
Faz parte do projeto “Música de Câmara Diminuta”, criado na esteira das recentes ações de mobilização virtual da ABL. O site reproduz vídeos com apresentações não somente da Orquestra da Grota, mas também de proeminentes músicos, muitos dos quais já se apresentaram nos concertos de Música de Câmara da Academia Brasileira de Letras.
Lucchesi diz que a ABL foi a primeira instituição a fechar as portas no Rio e deve permanecer assim por mais três meses, cuidando não só da proteção dos imortais que são idosos, bem como dos funcionários e visitantes.
— Estamos agora online, no site da Academia, que além de muita informação, está nos deleitando com músicas da Orquestra da Grota. De casa, estamos acompanhando tudo o que está acontecendo no Brasil e no mundo, trocando informações entre nós pela internet e mantendo contatos com Academias de vários países, que nos prestam solidariedade e relatam experiências vividas com o coronavirus – diz o presidente da ABL.
Lucchesi conta que nesse período de confinamento compulsório, está aproveitando para escrever livros, artigos acadêmicos e de jornais, postando vídeos e lendo muito, como habitualmente já faz.
Está recolhido hoje em sua casa de Itacoatiara, mas quando a vida voltar ao normal, ele voltará a fazer suas caminhadas pelas ruas do bairro que tem nomes de flores, sem que as pessoas percebam que estão cruzando com um gênio da literatura, mas de bondade e simplicidade franciscana.
Quando veio morar em Niterói, com oito anos de idade, Marco Lucchesi já era de uma inteligência precoce. Filho de italianos, nasceu bilíngue. Ainda menino também já falava espanhol e inglês, assombrando os professores dos colégios Pio XI, Marly Cury e Salesianos.
Apesar de nunca ter estudado no Colégio São Vicente de Paulo, durante o comando da irmã Rosalie Batista, o jovem Lucchesi, era sempre visto na Ala do Convento contando histórias ou tocando músicas clássicas ao piano, para a alegria das vicentinas. No final do sarau, a irmã Rosalie preparava um lanche farto para seu convidado especial, com empadinhas, rocamboles e suas famosas madeleines, que estão no seu livro de receitas CozinArte. Lucchesi diz que a irmã era um espírito luminoso e culto, com sua teologia profunda, a partir da cozinha e do afeto.
Com uma vida inteira debruçado nos livros, falando mais de 20 idiomas, Lucchesi, hoje com 56 anos, ainda encontrou tempo para estudar piano até os 20 anos de idade, com Carmela Musmano, e canto com Domenico Silvestro.
Formado em história na UFF, professor de Letras da UFRJ, o premiado poeta, escritor, romancista, ensaísta, tradutor e esperantista, tem títulos de mestre e doutor em diversas Universidades do Mundo. É membro de academias de diversos países, notabilizando-se como coordenador geral de pesquisa e editoração da Biblioteca Nacional.
Uma história linda de vida, num país em que se lê cada vez menos livros e onde o tempo é ocupado pelas redes sociais.
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