Com suas principais lideranças empresariais presas pela operação Cadeia Velha, juntamente com três deputados acusados de fazer leis que favoreciam seus negócios, as empresas cariocas também publicaram esta semana (29/11), nos principais jornais do Rio, a mesma história de falta de passageiros, aumento de custos etc e tal, que as congêneres niteroienses repetem.
Enquanto isso, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, fala em BRT, BHLS e, mais recentemente, em VLT. Descobriu a pólvora do transporte público, mas faltou combinar com os russos. A assessoria de comunicação do Sindicato das Empresas de Transporte do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj), diz que estão aguardando um estudo da prefeitura, “ainda em fase preliminar, que inclui a tipologia da frota” que elas deverão operar no corredor expresso da Transoceânica.
Quer dizer: R$ 420 milhões gastos na obra (que terão de ser pagos pelos próximos vinte anos pelos contribuintes) ainda não foram suficientes para garantir um transporte rápido e de qualidade na Transoceânica. O corredor expresso exigirá ônibus com portas dos dois lados e outras especificações que o qualifiquem como BHLS, mas a porta-voz do Setrerj diz que “o consórcio (de empresas que operam na Região Oceânica) está acompanhando de perto e todas as possibilidades estão sendo conversadas”.
A Transoceânica já teve sua inauguração adiada para novembro de 2018. Antes, sua principal finalidade, que seria a de levar passageiros da Região Oceânica com destino ao Rio até a estação hidroviária de Charitas, foi frustrada pela redução do número de viagens dos aerobarcos, esvaziados pela tarifa de R$ 16,50, inacessível para muitos.
A prefeitura de Niterói acaba de fechar agora um acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para “um estudo de viabilidade visando a implantação de uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e melhorias na mobilidade urbana”.
Mais um projeto que dificilmente sairá do papel. As empresas reconhecem que “os ônibus elétricos, ou outros tipos de carros que utilizem combustíveis não fósseis, são o futuro”; e o prefeito diz pretender até o fim de seu mandato (em 2020), concluir um projeto técnico. Nada mais do que planos. “A velocidade em que eles (os ônibus elétricos) se tornarão uma realidade no nosso dia a dia, depende da necessidade de investimento e da capacidade das empresas de arcarem com os custos que, no fim da linha, são repassados para os usuários”, afirma o Setrerj.
A exigência de climatizar a frota de ônibus que opera em Niterói não foi totalmente cumprida pelas empresas do município. O Setrerj alega que “essa meta nunca esteve prevista no contrato de concessão”. Acrescenta que “as empresas gostariam muito de ter conseguido cumprir a meta, mas não tiveram capacidade econômica para isso”.
“Hoje, 75% da frota está climatizada. Infelizmente, apesar do esforço, com a crise econômica e a contração dos financiamentos, nem todas conseguiram atingir a meta que, de acordo com o decreto municipal, é de 90% da frota climatizada no município”, afirma o sindicato, depois de apresentar dados do anuário da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), segundo os quais o transporte coletivo perdeu 37,6% de passageiros de 1994 a 2016. Ao mesmo tempo, entre 1999 e 2017, o estudo aponta um aumento no preço do diesel de quase 200% a mais do que o da gasolina. A pesquisa realizada em nove capitais do país mostra, ainda, que nos últimos 12 meses quase 10% das empresas associadas à NTU deixaram de operar em todo o Brasil. O motivo seria, segundo o Setrerj, “a queda de demanda associada ao aumento dos custos”.
Ao passo que não levam a mobilidade urbana a um destino satisfatório, as empresas de ônibus dormem no ponto, esperando por novas e mais generosas tarifas. Isto se o Ministério Público não acabar logo com a roleta das planilhas.
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