Para percorrer todos os trechos em obra na principal via da Região Oceânica, o motorista demora mais de uma hora e meia no trajeto. O que se nota é a ausência de planejamento de trânsito. Não se vê um funcionário da Prefeitura acompanhando o andamento ou fiscalizando o trabalho das empreiteiras. A entourage municipal só aparece quando o prefeito chega para tirar fotos no canteiro de obras.
Já estourou o prazo, anunciado pela prefeitura em seu site, de que ficaria pronto no mês passado o trecho 8, que vai do Engenho do Mato até a Padaria Versailles. As empreiteiras do consórcio contratado por R$ 310 milhões pelo chamado Regime Diferenciado de Contratação ainda estão construindo a pista exclusiva do BHLS (Bus High Level System – Sistema de Ônibus de Alto Nível), provocando transtorno ao trânsito local (foto).
A obra da Transoceânica foi entregue pelo prefeito ex-petista Rodrigo Neves (PV) a um consórcio integrado pela Constran, empresa do grupo UTC, do empresário Ricardo Pessoa processado pela Operação Lava-Jato. O modelo usado na licitação fora criado pelo governo da presidente afastada Dilma Roussef para supostamente acelerar as construções para a Copa do Mundo em 2014, mas também acabou sendo aplicado nas obras financiadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em que está incluída a TransOceânica.
Especialistas em gestão pública criticam o RDC porque permite que uma das empresas participantes da licitação elabore o projeto básico da obra, deixando o poder público contratante sem controle do orçamento e da qualidade do serviço. O caso da ciclovia que desabou na Avenida Niemeyer, matando dois ciclistas no Rio de Janeiro, é um exemplo do que pode acontecer quando uma prefeitura compra uma obra sem ter seu próprio projeto básico, antes da assinatura do contrato, deixando comprometida pela falta de transparência toda a fase de execução dos trabalhos.
Além disso, as delações premiadas que pipocam da Operação Lava-Jato têm mostrado que o RDC resultou em superfaturamento, como a construção do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e a reforma do Maracanã.
Dos R$ 310 milhões previstos para construir os 9,3 quilômetros da TransOceânica, incluindo o túnel Charitas-Cafubá, o contribuinte niteroiense vai ter que pagar cerca de R$ 290 milhões, mais os juros e atualização monetária de um empréstimo contratado pela prefeitura de Niterói com a Caixa, em prestações mensais pelos próximos vinte anos.
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