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Coluna do LAM

O que fazer? População de rua cresceu 115%; vereador condena Niterói Presente

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Era uma percepção baseada no que vemos, ouvimos, até que em setembro chegou a informação oficial:  a população de rua em Niterói cresceu 115% este ano. Segundo O Fluminense as informações foram fornecidas pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.

A secretária Flávia Mariano informou ao governador Wilson Witzel que o número de pessoas em Niterói que vivem nesta situação passou de 400 em janeiro para 860 em agosto. Ela disse, ainda, que o município sofre os impactos das medidas tomadas no Rio de Janeiro para reduzir a crescente população de rua.

Foi durante o evento realizado pelo Governo do Estado para liberar o pagamento em cofinanciamento de R$ 5.817,086,40 para as redes de assistência social de 53 municípios fluminenses. Somente para o município do Rio foram R$ 1,6 milhão. Para este ano, o Estado prevê o repasse de R$ 39.709.023,60, em quatro parcelas, a título de cofinanciamento, para os 92 municípios fluminenses manterem os equipamentos e serviços previstos no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), como os CRAS e os Centros Pop.

O governador mandou recado pedindo que os secretários avisem aos prefeitos que vai cobrar o uso dos repasses com serviços para as pessoas mais necessitadas. “Vou ser muito duro nessa cobrança porque o dinheiro está muito difícil” (…) Precisamos fazer com que o dinheiro chegue até aquele que está na rua, sem dignidade nenhuma”.

Enquanto isso, o Plantão Enfoco publicou:

“A bancada do PSOL na Câmara Municipal de Niterói, formada pelos vereadores Renatinho do PSOL e Paulo Eduardo Gomes, promoveram uma audiência pública, na noite de segunda-feira (2 de setembro), para debater a violência institucional contra pessoas em situação de rua e vendedores ambulantes. Por conta das denúncias, os vereadores do PSOL vão apresentar representação ao Ministério Público e à Defensoria Pública Estadual sobre a população em situação de rua e ambulantes e sobre o programa da Prefeitura “Niterói Presente”.

O vereador Renatinho chamou o programa Niterói Presente de tropa municipal armada:

“Merece debate a forma como surgiu o programa, dentro do plano de segurança estranhamente batizado de Pacto pela Paz. Que paz? Pra quem? Com esse programa, a Prefeitura criou, na verdade, uma tropa municipal armada no que considero que foi uma forma de driblar o resultado da consulta pública em 2017, na qual cerca de 70% da população disse um grande não ao armamento da Guarda”, salientou Renatinho do PSOL lamentando ainda a ausência de um representante do “Niterói Presente”.

Caso haja abusos, quaisquer abusos, precisam de punição veemente e exemplar, mas condenar o Niterói Presente como um todo? Um programa que trouxe alívio para a população de Niterói que vivia refém da bandidagem, trancada em casa? É injusto e absurdo, mas o Psol tem o direito de ser contrário ao que quiser porque é assim que funciona a democracia: fluxo livres de opiniões, ao contrário do que prega o fascismo.

Os leitores leram aqui sobre um assalto que presenciei com bandidos usando fuzil as 11 horas da manhã em plena rua presidente Backer, em Icaraí. O comércio quase faliu, restaurante e bares eram invadidos, todo mundo assaltado. Instituíram toque de recolher em Icaraí, Santa Rosa, Fonseca, Região Oceânica, e Jardim Icaraí as 22 horas e com o Niterói Presente a situação melhorou muito. Mas, repito, os excessos, qualquer excesso precisa ser apurado e, caso confirmado, punido com a Lei.

Informações oficiais a neste link: https://is.gd/nIneS9

Voltando a população de sua, são seres humanos que não pediram para nascer e não bandidos em potencial como pensa muita gente. As abordagens incomodam, alguns são mais ousados, mas como não se comover com velhos de 80, 90 anos largados nas calçadas? Os velhos não tem mais chance alguma, mas a nossa cultura populista, perversa, eleitoreira, só pensa em crianças. Criança dá mais voto.

Nas campanhas eleitorais, muitos candidatos pegam crianças no colo para tirar fotos, mas eu nunca vi um deles abraçado a um velho miserável. Estão lá o Criança Esperança, movimento isso, instituto aquilo, Jovem Aprendiz, mas e o velho? Velho não é gente? Velho é lixo, gordura social, traste?

Pelo que entendi (são tantas siglas que ficamos tontos) com o objetivo de cuidar dos desassistidos, existem: Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos – SASDH, Conselhos Tutelares (em Niterói houve fraude na eleição e tiveram que fazer outra),  Conselho Municipal de Assistência Social  SEASDH, Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos Sistema Único de Assistência Social (SUAS), como os CRAS e os Centros Pop.

Um oceano de cargos com bons salários, carros, conforto e apesar disso essa nação de flagelados nas ruas? Como assim? Lembrando que, em 2016, o orçamento anual, aqui em Niterói, da Secretaria Municipal de Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos era de R$ 20 milhões e 800 mil reais (!). No ano seguinte baixou para R$ 16 milhões e 200 mil e a secretária, na época, irritada, disse que com o corte a secretaria não tinha como garantir os serviços. Perguntar não ofende: que serviços?

E a população continua chegando a cidade e vivendo largada nas ruas, desalentada, usando drogas, algumas vezes importunando e até agredindo cidadãos, num país que comemora inflação baixa, aumento do PIB mas despreza o que seria o principal: a vida das pessoas.

Está tudo fora de ordem. E ainda há quem condene a social democracia.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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