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O alfaiate de Niterói que veste imortais da Academia Brasileira de Letras

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Diogenes dá os últimos retoques no fardão que o novo imortal José Roberto Castro Neves vestiu em sua posse na ABL

Diógenes Cardoso chegou a Niterói vindo de Itaperuna aos 15 anos, como ele mesmo diz, “para lutar pela vida”. Teve diversas profissões até encontrar sua verdadeira vocação ao lado do renomado alfaiate niteroiense Alair Lamme, com quem aprendeu o ofício da alfaiataria.

Após abrir seu próprio ateliê na Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói, começou a conquistar uma clientela fiel. Com a fusão do antigo Estado do Rio com a Guanabara, Diógenes atravessou a Baía de Guanabara e transferiu sua oficina para a Avenida Calógeras, nº 6, no Rio de Janeiro. Há mais de 20 anos ele confecciona os tradicionais fardões usados pelos imortais da Academia Brasileira de Letras.

Na semana passada, o advogado e escritor José Roberto de Castro Neves assumiu a cadeira 26 da Academia, vestindo um fardão feito por Diógenes. A peça foi confeccionada em cambraia inglesa, com bordados em fios de ouro francês, reproduzindo ramos de café — símbolo de elegância e tradição.

Cada traje leva cerca de dois meses para ser concluído, com os bordados feitos por duas artesãs especializadas. Aos 84 anos, Diógenes continua ativo e afirma que o segredo do sucesso está em se cercar de bons profissionais:

“Desde que adquiri o conhecimento do ofício, fui me cercando das melhores pessoas.”

Em seu fichário, estão alguns dos homens mais influentes do país, que confiam em seu trabalho para se apresentarem com impecável distinção. Discreto, ele não revela nomes, mas as fotos em sua parede denunciam ex-presidentes, ex-governadores, empresários, artistas e o jornalista Roberto Marinho, que comandou as Organizações Globo por décadas.

Diógenes encerra com uma lição de vida: “A única coisa que faz a pessoa crescer em qualquer trabalho é a responsabilidade e a pontualidade.”

Personagens como Diógenes Cardoso, que iniciaram sua trajetória em Niterói, nos enchem de orgulho por se destacarem aqui e em outras terras.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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