A notícia da indicação para a presidência da Petrobras do niteroiense Adriano Pires, filho único de Aldina, conhecida e respeitada costureira de Niterói, e de Adriano José, ex-feirante da Ceasa, é motivo de comentários orgulhosos na cidade. O regozijo pela escolha do conterrâneo não é pela expectativa de que ele vá baixar da noite para o dia o preço da gasolina, mas porque a maior empresa do Brasil vai ser comandada por um filho de Niterói que, há mais de quatro décadas, mergulha com profundidade nas áreas do petróleo, energia elétrica, gás natural, e biocombustível.
Além de consultor requisitado para assuntos de energia, Adriano Pires é querido na vida social de Niterói. Faz parte da tradicional Confraria do Queijão, que reúne apreciadores de vinho e boa mesa há 21 anos em Pendotiba. O próximo encontro será no fim de abril, em torno de um leitão à pururuca. Na ocasião, certamente será feito um brinde ao confrade Adriano na casa do anfitrião Carlos Alberto Correa.
Nascido no bairro do Fonseca, Zona Norte de Niterói, o filho de Aldina e Adriano José, imigrantes do Norte de Portugal, estudou no Colégio Santa Cecília. Depois a família se mudou para São Francisco, na Zona Sul. Quando completou 15 anos, ele pediu e ganhou da mãe como presente de aniversário um cachorro da raça Doberman.
Morando na Zona Sul foi estudar como bolsista no Instituto Abel. Na época, a escola era somente para homens. Jogou futebol com o saudoso diretor Irmão Amadeu, que levantava a batina para chutar a bola com os alunos no campinho de terra do colégio de Icaraí. Daí, foi estudar economia na UFRJ, mestrado na COPPE e doutorado em Paris. Sempre na área da energia, petróleo e gás e guarda com saudade a lembrança das travessias que fazia diariamente nas barcas Rio-Niterói.
Logo Adriano Pires se tornou uma figura pública e requisitada, com aparição constante nas telas de TV, comentários nas rádios, artigos publicados nos mais importantes jornais do país e tendo o nome citado a todo instante nas redes sociais. Mas apesar dessa grande exposição na mídia, continua com seu jeitão simples e educado respondendo aonde chega às perguntas do assunto do momento, o aumento do combustível e do gás.
Toda vez que se aproximavam as eleições para prefeito em Niterói seu nome era sempre lembrado como uma boa opção. A resposta de Adriano era a de que estava realizado e feliz na vida acadêmica e de consultoria, e que não tinha vocação para a carreira política.
O niteroiense Adriano José Pires Rodrigues é graduado em Economia, Doutorado em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII, Mestrado em Planejamento Energético. É diretor fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura-CBIE, coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, o mercado de derivados de petróleo e gás natural. Foi professor do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, exercendo as funções de pesquisador e consultor junto a empresas e entidades internacionais – UNESCO, CEE, BIRD –, Agência Nacional de Energia Elétrica, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Unicamp.
Atuou como assessor do diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, além de ter exercido os cargos de superintendente de Abastecimento, de Importação e Exportação de Petróleo, seus Derivados e Gás Natural.
O filho da dona Aldina, querida e competente costureira, que aos 90 anos ainda trabalha ao lado da irmã Fernanda na tradicional loja de roupa feminina que leva o nome das duas na Avenida Rui Barbosa, em São Francisco, traz do berço o lado humano e solidário que conquista a todos que o conhecem.
Certa vez, na Confraria do Queijão, conheceu Leandro, um craque na cozinha que preparava gostosos petiscos paras os confrades. Adriano ajudou o cozinheiro a montar uma hamburgueria com venda de queijos, fiambres e cervejas importadas, que foi por muitos anos um point gastronômico em São Francisco.
O currículo de Adriano traz uma quilometragem tão alta de estudos e experiências no Brasil e exterior com combustível de sobra para comandar a Petrobras. Figura rara e especial como ele a gente só encontra na tribo do cacique Arariboia, para orgulho e alegria dos niteroienses.
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