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Coluna do LAM

Niterói, Veneza de esgoto

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A ratazana do tamanho de um cachorro saiu do rio Icaraí (na Avenida 7 de Setembro) e seguiu nadando em direção à Gavião Peixoto. Atrás dela mais ratazanas que pareciam felizes da vida. Passaram em frente a pedestres com água fétida na altura dos joelhos, carros submersos. Nojo geral diante daquele bizarro desfile de roedores da pior espécie que comprovam que Niterói se transformou numa Veneza de esgoto.

Foi na noite de terça-feira, quando um temporal (previsto por todos os serviços de meteorologia do país) desabou sobre a cidade. Cidade que não limpa seus ralos, bueiros, rios, como o famigerado rio Icaraí, bolsões de vários tipos de doenças. Parece que a prefeitura acha que Niterói “passou no teste”, como cisma o desnorteado prefeito do Rio, bispo Crivella, também praticante do ilusionismo eleitoreiro.

O trânsito em Niterói estava parado não apenas por causa da chuva. O trânsito aqui está sempre congestionado porque, também neste departamento, a prefeitura se supera no quesito incompetência. Exceção apenas para o reboque de carros dos cidadãos. Entre espalhar operadores de trânsito vias cronicamente engarrafadas como a Álvares de Azevedo, em Icaraí, e ganhar dinheiro fácil rebocando carros até em lugares ermos, a prefeitura fechou com a segunda opção.

Na noite de terça-feira, avançando pela madrugada de quarta, o trânsito ficou parado também na orla de São Francisco e Charitas porque outra inundação de coliformes fecais ocorreu na praia e nos acessos ao túnel Luis Antonio P. (como a prefeitura desrespeitosamente chama o grande escritor Luís Antonio Pimentel) porque durante a maquiagem feita no entorno do túnel parece que esqueceram da drenagem. Mas a prefeitura prefere xingar a chuva. Sim, para a prefeitura, chuva forte num país tropical é novidade, uma “fatalidade” como neve no Alasca.

Por falar no túnel Charitas–Cafubá, é bizarra a sinalização. Quem vem da Região Oceânica tem que adivinhar como acessar o túnel porque praticamente não existem placas de orientação.

Ao longo da semana, a prefeitura foi linchada no Facebook e outras redes onde várias fotos da “Veneza de Esgoto” foram postadas. A maioria dos internautas dizia “bem feito para quem votou no PT de novo” além de outras considerações impublicáveis.

P.S. – Na noite de quarta-feira, o vereador Bruno Lessa publicou este petardo no Facebook:

A Transoceânica vai custar mais R$ 32 milhões aos niteroienses. No último feriado, a Prefeitura de Niterói publicou nos atos oficiais um novo aditivo ao contrato com o consórcio responsável pela construção do corredor. Esse já é o sétimo aditivo. A obra que começou em R$ 305 milhões, já ultrapassou a cifra dos R$400 milhões.

E aonde isso vai parar? Quantos aditivos mais serão necessários? Quanto mais precisa ser gasto até a conclusão da Transoceânica ? Quais são as justificativas para tantos aditivos? 

Nosso mandato tem acompanhado desde o início, a execução desta obra e, apesar dos insistentes questionamentos que fazemos, a prefeitura assumiu uma postura pouco transparente, ignorando a sua obrigação de prestar contas à população e ao Poder Legislativo.

Precisamos lembrar que a construtora responsável pela obra foi denunciada pela Operação Lava Jato. É preciso responsabilidade para lidar com o dinheiro público. Essa quantidade de aditivos não é aceitável. Vamos solicitar, oficialmente, à Prefeitura de Niterói esclarecimentos sobre essa questão. Seguimos firmes na nossa luta pela transparência na administração pública”.

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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