Na jovem guarda a cidade abrigou em torno de 300 bandas de rock como Os Lobos, Os Corsários, Os Trogloditas, Os Ursos, Os Imortais que tocavam seu rock em clubes como o Regatas Icaraí, Central, Pioneiros, Canto do Rio, Marajoara, Centro Pró Cubango, em bailes que começavam as 10 da noite e terminavam as quatro da manhã, com intervalos, é lógico.
Por falar em anos 60, o pesquisador Cornélio Melo conta um pouco da história da banda paulista The Sunshines que ele considera a melhor da Jovem Guarda. Ouça no nosso podcast A Onda, que fica aqui: https://bit.ly/2Fgj34K
Nos anos 1990, o baixista de jazz Ron Carter estava no palco do Teatro Municipal daqui. Ele chegou a tarde para a passagem de som do show antológico que fez mais tarde. Eu presidia a FAN (Fundação de Arte de Niterói), o amigo Cláudio Valério Teixeira dirigia a restauração magnifica do Teatro e lá pelas tantas o Ron parou de tocar e ficou olhando para a plateia vazia, que horas depois iria bater recorde de público (houve sessão extra). Silêncio. Olhou para a gente e disse “é…sinto cheiro de música por aqui”. Na época, pensei em fazer um projeto chamado “Cheiro de Música” mas me convenceram de que “as pessoas não vão entender”. Assim como disseram que não iriam entender quando criei “Praia do Delírio”, em Piratininga, mas esse aconteceu.
Conhecida nacionalmente como “celeiro musical”, a cidade continua revelando grandes talentos. Nos anos 80, com a chegada da Rádio Fluminense FM (que acendeu o pavio do Rock Brasil), e que ficava em Niterói (onde mais?) nomes da cidade entraram em cena: a descabelante Suzette Drinks, Alynaskyna, Baga da Praia, A Mosca, Saara Saara e Lady Koo. A “segunda divisão” trouxe nomes como Testa de Corno, Sogra de Nero e o trio feminino Rabudas da BR.
Músicos e intérpretes antológicos, de alcance nacional, continuam honrando a cena local. Paulinho Guitarra, Ricardo Giesta (FOTO), Alex Martinho – monumentais guitarristas -, Adriana Ninsk (a melhor blueswoman que conheço) e muitos outros – cacete, como a falta de espaço é injusta. Gostaria de citar todo mundo porque aqui só tem faraó de peso.
Nesses anos 2000, Facção Caipira, Kapitu, Rivotrio 2 mg e outras nativas da cidade já conquistaram o país e abrem espaço para as novas que brotam nos becos e artérias da cidade. O Lagoas Bar, do mestre da guitarra, banjo e afins Carlos Tatoo (https://bit.ly/31JL7XM) tornou-se um “vesúvio” de grandes nomes, um ponto avançado que reúne vários estilos, especialmente rock, blues e folk. Niterói sempre foi infiel concubina desses estilos musicais.
Por exemplo, de 25 a 28 de julho, o produtor Luiz Cláudio Vasconcellos vai apresentar uma nova edição do já lendário festival “Tudo Blues”, no Teatro da UFF (https://bit.ly/2IqOqLL) que está comemorando cinco anos. Vão se apresentar o guitarrista Victor Biglione, o gaitista Jefferson Gonçalves e as bandas Soulshine Jam Band e The Ramblin’ Brothers.
Apaixonados por Niterói, nascidos e criados na cidade, três amigos e experientes produtores, Marcelo Oliveira, Marcelo Siqueira e Cristiano Reis criaram a artilharia cultural Social Rock Club, que já brilha nacionalmente.
Com ênfase no rock, blues e afins, o SRC promove palestras, debates, produz vídeos, festas, discos, vai inaugurar um canal no You Tube, enfim, o leque de trabalho deles é muito vasto. Eles mantém uma sólida produção própria em permanente erupção com qualidade já é reconhecida pelos principais artistas da cidade. Conheça aqui http://socialrockclub.blogspot.com/ e aqui https://www.facebook.com/socialrockclub
Além de Niterói, os ecos do SRC já chegam nas principais cenas do rock & blues de todo o país, estilos musicais cosmopolitas e atemporais.
O Social Rock Club surgiu para dar suporte e divulgação aos artistas, além de reunir público e convidados em palestras e debates sobre vários assuntos conectados, basicamente, ao rock e ao blues.
Em todo o mundo, e também no Brasil, o rock e o blues tem exibido as robustas novas gerações, talentosas e muito corajosas, antenadas a influências como o grass e o folk. Nas novas mídias os artistas contam com novas iniciavas como o SRC para divulgar e muitas vezes buscar orientação na hora de gravar um álbum, ou um clipe, além de trocar ideias sobre o conteúdo das composições. Além dos novos talentos o movimento abre bastante espaço para os clássicos do rock, blues e afins, harmonizando o cenário.
Graças aos seus músicos e iniciativas como o Social Rock Club e Lagoas Bar Niterói se reafirma como uma das capitais do rock e do blues e grande celeiro musical de odos os estilos
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# Nos últimos cinco anos cerca de 24% das lojas fecharam no Centro de Niterói; 291 encerraram suas atividades neste período, de um total de 1.124 lojas do chamado comércio de rua, que não leva em consideração shoppings, prédios e galerias. Informações do Sindilojas.
# Niterói e Maricá apresentaram a maior queda nos roubos de rua no Estado do Rio, nos meses de março, abril e maio, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), vinculado à Secretaria de Estado de Polícia Civil, no trimestre foram registrados 1.215 ocorrências, contra 1.636 no mesmo período do ano passado.
# Niterói comemorou a notícia de que a Livraria Travessa vai abrir uma megaloja em Icaraí, com 600 metros quadrados. Informação de Ana Cláudia Guimarães em sua coluna “Fome de que?” no Globo Niterói.
# Muita gente de Niterói de malas prontas para Feira Literária Internacional de Paraty, de 10 de 14 de julho. Este ano a Flip terá 33 autores de 10 países. Detalhes aqui: https://www.flip.org.br/
# Aliás, a Bienal do Livro vai ser em setembro, no Riocentro. Editoras preparando uma edição histórica. O livro merece.
# Ótimos lançamentos na Netflix. Um deles é “Bob Dylan – Rolling Thunder Revue”, documentário de Martin Scorsese. Mistura de fatos e delírios sobre a turnê de 1975 de Dylan pelos EUA. Trailer em inglês: https://bit.ly/2WUmKHU
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