O relançamento do programa “Vida Nova no Morro” pela atual gestão municipal tem despertado críticas entre antigos políticos niteroienses. A principal queixa é a ausência de reconhecimento às administrações anteriores, especialmente a de Jorge Roberto Silveira, que criou o projeto em 1989. Como dizia Chacrinha: “Nada se cria, tudo se copia” — e é com forte apelo publicitário que o prefeito Rodrigo Neves reapresenta o programa, sem mencionar sua origem.
O “Vida Nova no Morro” foi pioneiro em levar infraestrutura básica às comunidades dos morros de Niterói, com ações como instalação de água encanada, melhorias nos acessos às residências, construção e reforma de escadarias, além da organização da coleta de lixo com mão de obra local. O impacto social foi tão relevante que, em 1997, o projeto foi apresentado como exemplo de desenvolvimento urbano no Encontro Internacional de Prefeitos, realizado na sede da ONU, em Nova York.
Três anos após sua criação, o programa foi levado ao Rio de Janeiro por César Maia, que o rebatizou como “Favela Bairro” e convidou o arquiteto Sérgio Magalhães — autor do projeto original — para coordená-lo. Quase quatro décadas depois, Magalhães retorna a Niterói para reassumir o “Vida Nova no Morro”.
Curiosamente, Rodrigo Neves não poderia alegar desconhecimento do projeto. Em 1989, ano de sua criação, ele era suplente de vereador e chegou a assumir a Secretaria de Assistência Social no primeiro governo de Jorge Roberto Silveira.
O novo “Vida Nova no Morro” tem um custo estimado de US$ 117 milhões, valor a ser financiado junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com garantia da União.
Apesar da proposta abrangente, o programa se apoia em ações já conhecidas, como o desenvolvimento socioeconômico por meio de capacitação profissional e estímulo ao empreendedorismo local, além da promessa de ampliar o acesso à saúde, educação, cultura e lazer. No campo das melhorias habitacionais, repete-se a fórmula de intervenções pontuais — instalação de banheiros, reboco e pintura de fachadas, ventilação e iluminação das residências — que, embora necessárias, não enfrentam de forma estrutural os gargalos históricos da precariedade urbana.
O impacto do “Vida Nova no Morro” e do programa “Médico de Família” ultrapassou fronteiras há três décadas. Em 1997, em carta enviada a Jorge Roberto Silveira, o coordenador do Encontro Internacional de Prefeitos e diretor de Desenvolvimento Urbano do PNUD, Jonas Rabinovitch, destacou a relevância das iniciativas niteroienses:
“Sua apresentação sobre os programas sendo realizados por Niterói, particularmente o ‘Médico de Família’ e o ‘Vida Nova no Morro’, foi positivamente reconhecida como referência válida para responder aos desafios sociais enfrentados por prefeitos em países em desenvolvimento”, ressaltou o diretor do PNUD.
O encontro, realizado entre 28 e 30 de julho de 1997, reuniu representantes de mais de cem países e foi considerado a maior reunião de prefeitos já realizada na ONU. Prefeitos da América Latina, África e Ásia demonstraram interesse nos programas desenvolvidos em Niterói, consolidando a cidade como exemplo de gestão social inovadora.
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