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Niterói paga agência citada na Lava-Jato

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Envolvida na Lava-Jato, a agência de publicidade Prole fechou seu casarão na Urca, onde mantinha uma megaestrutura, mudando para duas salas no Centro do Rio de Janeiro. Só não se compreende porque o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, insiste em manter um contrato milionário da Prefeitura com essa empresa, no valor de R$ 15 milhões anuais, já que ela tem alguns de seus diretores respondendo a processos envolvendo o Governo do Estado. Um deles já teria anunciado a intenção de fazer delação premiada.

A notícia que corre no mercado publicitário é a de que quatro funcionários da Prole vão ser contratados para cargos comissionados da Prefeitura de Niterói, já inchada com as nomeações de cabos eleitorais que diariamente lotam as páginas do Diário Oficial.

Renato Pereira, dono da agência Prole, marqueteiro de Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Eduardo Paes, Pedro Paulo e Henrique Capriles (o líder oposicionista venezuelano), estaria negociando sua delação premiada com a Lava-Jato. Ele foi acusado por diretores da Odebrecht de receber dinheiro de caixa dois para pagar campanhas eleitorais daqueles políticos.

Pereira atuou na campanha de Rodrigo Neves para a prefeitura de Niterói em 2012, e sua agência Prole assinou com a municipalidade, nos últimos três anos, contratos e aditivos no valor de R$ 50 milhões. Com a prisão de João Santana pela Operação Lava-Jato, Pereira também passou a aconselhar a presidente Dilma para tentar salvá-la do processo de impeachment.

A Prole foi contratada pela Prefeitura de Niterói em 2014, para prestar serviços de propaganda por 12 meses, ao custo de R$ 15 milhões. Em 2015, o contrato foi prorrogado até março de 2016, pelo mesmo valor de R$ 15 milhões, e no mês passado foi dilatado em doze meses até março de 2017, por mais R$ 15 milhões. Em 2015 e em 2016, a Prole assinou dois aditivos com a prefeitura, aumentando a despesa da municipalidade em cerca de R$ 5 milhões.

A prefeitura de Niterói gasta, ainda, R$ 5,4 milhões com a FSB Estratégia em Comunicação, de Francisco Soares Brandão, para a empresa fazer assessoria de imprensa desde novembro de 2015. A FSB contratou jornalistas da própria assessoria do gabinete de Rodrigo Neves, para cuidar, principalmente, da imagem na mídia do prefeito que trocou o PT pelo PV.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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