A Prefeitura de Niterói está instalando no calçadão da praia de Icaraí, defronte à Pedra da Itapuca, um daqueles letreiros cafonas que toda cidade interiorana exibe na pracinha principal. O mostrengo de concreto armado, com 11 metros de comprimento, forma a frase “#Eu amo Niterói”, e é ornado por um grande coração. Começou a ser instalado essa semana.
Niterói, que conta com monumentos de fama internacional como o Museu de Arte Contemporânea (MAC), fruto da genialidade do consagrado arquiteto Oscar Niemeyer, não pode permitir que se construa tal monstrengo. Segundo a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser), que está instalando o trambolho, ele será um letreiro turístico e servirá de moldura para selfies, fotos e vídeos de quem por ali passar. Não se sabe, ainda, a que custo a cafonice sairá para os cofres públicos.
Difícil acreditar que o prefeito Axel Grael, de uma família de origem dinamarquesa e formada por velejadores que já viajaram pelo mundo todo, tenha autorizado a construção dessa obra cafona e de mau gosto. Não podemos voltar ao passado quando o famoso colunista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, nos anos 60 dizia que “Niterói é terra onde galinha cisca para frente e urubu voa de costas”. Nessa época, envergonhados, muitos niteroienses emplacavam seus carros no Rio de Janeiro.
Niterói com tantos símbolos e monumentos, como as Pedras do Índio e da Itapuca e o majestoso MAC, não tem que macaquear o símbolo criado em 1977 pelo designer Milton Graser para uma campanha de marketing de Nova York. O arremedo cai melhor em cidades interioranas e de poucos atributos que copiam essa logo mundo afora.
O município que tem a UFF, uma das maiores universidades federais do país reunindo grande parte da inteligência da cidade, não pode permitir tamanha cafonice “em nome do turismo”. Niterói está repetindo os mesmos erros de cidades da Região dos Lagos, que esbanjam a dinheirama dos royalties do petróleo com obras faraônicas.
Um exemplo disso é Maricá, que nada em petrodólares e, dentre outras faraonices com o dinheiro público, instalou 17 mastros gigantes (com 60 metros de altura) na RJ-106 e em praças da cidade gastando mais de R$ 10 milhões. Cada uma custou cerca de R$ 600 mil. Em pouco tempo, as bandeiras do Brasil, do Estado do Rio e do próprio município hasteadas neles já ficaram em frangalhos. Para serem substituídas, vão custar mais uma grana ao contribuinte.
Axel Grael tem que aplicar os bilhões dos royalties do petróleo em coisas essenciais de interesse da população, como saúde e educação, para não correr o risco de se afundar como administrador e ainda ter que explicar ao Tribunal de Contas sobre o dinheiro mal-empregado no município.
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