George Savalla Gomes, o nosso Carequinha, morreu aos 90 anos em 2006 e deixou uma bela história nos corações de várias gerações de niteroienses que, é claro, esperavam que a prefeitura de Niterói reverenciasse o eterno palhaço por tudo o que ele fez pela cultura popular da cidade.
O fato de o prefeito ex-petista não ter nascido em Niterói não justifica. Carequinha nasceu em Rio Bonito e boa parte da população da cidade nasceu em outros municípios e estados, mas nem por isso deixaram de sentir paixão, amor, afeto profundo por Niterói. Ele nasceu no Circo Peruano e viveu em São Gonçalo, cidade que celebrou muito o seu centenário.
Entrevistei Carequinha inúmeras vezes. Apaixonado por crianças foi a dezenas de formaturas de adultos seus fãs na infância. “Já formei professores, médicos, engenheiros, é muito emocionante saber que os doutores de hoje foram me prestigiar na infância”, me disse. A sua agenda estava sempre cheia. Celebridade nacional, teve programa no rádio, na TV, gravou vários discos.
Seu amor por Niterói era muito especial. “Eu amo essa cidade e sou muito grato a ela”. Em 1987, numa matéria especial que fiz sobre uma de suas turnês de fim de semana (ia a várias festas de aniversário, homenagens, fez shows em TV), falamos sobre a tragédia do Circo Pan Americano, cujo incêndio matou mais de 500 pessoas em 1961. Com os olhos rasos d’água o palhaço comentou que “jamais esquecerei daquele dia…jamais…um dos dias mais tristes de minha vida e da vida de Niterói. Entendo a rejeição da cidade aos circos…entendo porque foram perdas irreparáveis”.
Apesar da fama nacional, Carequinha fazia questão de estar presente em festas de aniversário em toda a cidade. “Sou filho do circo. Meus pais eram trapezistas. Nunca pensei em fazer outra coisa, por isso dedico todos os dias de minha vida ao meu delicioso trabalho”, me contou. Ele fazia questão de dedicar boa parte da agenda as comunidades carentes onde fazia shows sem cobrar nada.
Minha última entrevista com ele foi em 2005, por telefone. Ele disse que esperava chegar aos 100 anos “nos picadeiros da vida, onde existir uma criança precisando sorrir e nós sabemos que elas são muitas”. O destino abreviou o seu sonho, mas a bela herança do maior palhaço do Brasil permanece ecoando por várias gerações.
Homem arranca o balaústre da entrada do restaurante Seven Grill, em Icaraí / Reprodução da internet Os…
As novas instalações do Supermercado Real na Rua Ator Paulo Gustavo, em Icaraí / Divulgação A Rua…
Letreiro luminoso anuncia o funcionamento 24 horas do Hortifruti de Icaraí, na Rua Paulo Gustavo…
Vereadores de Niterói já distribuíram, este ano, 36 títulos de Cidadão Niteroiense Se Dom João…
Obras milionárias não devolvem a tranquilidade às ruas do Centro de Niterói A crescente violência…
Homem com tornozeleira eletrônica assalta loja na Rua da Conceição às 13h de sábado /…