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Coluna do LAM

Niterói e as alternativas para o automóvel

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Bicicletário da estação dos catamarãs na Praça Arariboia

Cada vez mais o que era moda há uns poucos anos está virando opção. Seguindo uma tendência mundial, alguns niteroienses que moram em bairros bem servidos de transporte público e ciclovias estão deixando o carro na garagem optando por Uber e 99, bicicleta, scooters e similares. O carro fica para o fim de semana.

A falta de estacionamentos com preços justos (os que ficam em áreas muito disputadas custam um absurdo), o galopante preço dos combustíveis, problemas de trânsito, mais custo de seguro, IPVA, manutenção, etc levam algumas pessoas a radicalizar: vendem o carro, aplicam o dinheiro, alugam a vaga de garagem e passam a usar carros de aplicativos, ou bicicletas, ou motos pequenas e urbanas como scooters. O dinheiro do aluguel da vaga e de parte do que iria ser gasto em manutenção dá para alugar um carro básico para uso nos fins de semana.

Vivemos tempos de vertigem com as mudanças rápidas, transformações da noite para o dia, que nos obrigam a uma reinvenção rotineira. As mudanças, repito, muito rápidas, chegam a todos os setores buscando urgência na adaptação. É sobre isso que o médico Alvaro Acioli escreve no ótimo artigo “A busca do consenso médico” em seu blog “Vitrine Global” (leia aqui: https://bit.ly/2ZkAbOC ).

O psiquiatra, catedrático, acadêmico emérito da Academia de Medicina do Estado do Rio comenta e analisa da quantidade de informações que os médicos tem que selecionar e digerir em prol da atualização.

Acioli escreve que “a circulação virtual do noticiário científico surpreende agora o médico com uma soma avassaladora de pesquisas e descobertas. Essa fartura, paradoxalmente, está dificultando o exercício profissional. Falta tempo hábil aos médicos para a avaliação crítica da grande massa de informações que recebem. Eles acabam obrigados a acompanhar somente os avanços relacionados ao seu campo de especialização”.

Ou seja, nunca o tempo pareceu tão urgente como atualmente e na área de transporte e mobilidade (logicamente um setor vital) o automóvel deixou se representar um símbolo de status desde que tornou-se isca da bandidagem. Ficou muito caro para muitos. O Estado, de novo, com a sua ganância por impostos, inundação de radares, reboques, falta de infraestrutura tem feito o cidadão que pode simplesmente vender o carro. O que era símbolo de status e até de prazer virou um peso, um problema.

A Europa, EUA, Japão, Canadá, pensaram nisso há mais de 50 anos e criaram soluções que já estão em uso como o carro compartilhado, VLT em profusão, fartura de metrôs, ônibus rápidos, barcas.

O Brasil, historicamente imediatista e péssimo em prevenção (preferimos remediar) até pensou no futuro um dia, mas nada fez. Quem tem condição de manter um automóvel para o lazer, ou porque gosta, paga caro por isso mas o dinheiro é dele, pode fazer o que bem entender. Também tem razão os que vendem o carro (não são poucos), economizam, usam bicicleta (com o bônus de fazer bem a saúde), ou outras opções (carros de aplicativos) começam a sentir que a Europa tem razão eliminando das prioridades (isso desde os anos 1960) o carro, que era um antigo sonho de consumo que virou pesadelo.

O Brasil não é a Bélgica e Niterói não é Amsterdã, mas dá para buscar alternativas em prol da qualidade de vida, ou melhor, da baixa taxa de aporrinhações.

                                        @@@

@ Vale à pena por na agenda. Dia 17 de agosto (sábado) as 15 horas “50 anos de Woodstock”, uma mesa redonda que vou fazer Ricardo Schott, com direito a show de “Ari Frello One Man Band” e Evandro Halabey. Vai ser no Espaço D3, rua Mariz e Barros, 439, Jardim Icaraí. Detalhes com Marcelo Oliveira, telefone 98131-5022. Realização do Social Rock Club.

Os músicos de Niterói estão vibrando com o sucesso da recém-nascida Rádio A ONDA, que dá prioridade a eles. Ouça em www.radioaonda.com.br

@ Ótima notícia. A Livraria da Travessa vai abrir uma filial em Niterói. Segundo Ana Claudia Guimarães, do Globo, ficará na rua Tavares de Macedo, no imóvel de três andares onde era o Balada Mix. Terá também um restaurante e um auditório para cursos e palestras.

 

Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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