Um frondoso sapotizeiro começou a ser cortado nesta segunda-feira (24) na Escola Municipal Elvira Lúcia, em Icaraí. Vizinhos denunciam estar havendo a “supressão do indivíduo arbóreo”, como os ecologistas se referem ao abate de árvores, dois dias após o Dia Mundial da Terra (22/4) e a menos de dois meses de a prefeitura de Niterói receber o título de Cidade Amiga das Árvores, conferido pela Sociedade Brasileira de Arborização (SBAU). Na semana passada, duas mangueiras também foram derrubadas no terreno da escola para dar lugar à instalação de uma cobertura metálica na quadra de esportes.
Moradores da Travessa Emilio Andrada, onde fica a Escola Elvira Lúcia, em Icaraí, reclamaram do abate das árvores com a prefeitura de Niterói, mas funcionários responderam que o antigo pé de sapoti não seria abatido. Na manhã de hoje, porém, ouviram o barulho de motosserras cortando galhos do sapotizeiro e operários disseram que a árvore frondosa daria lugar à concretagem do piso da quadra da escola, que está sendo coberta.
Enquanto isso, o prefeito Axel Grael, que se diz ambientalista e já militou no Partido Verde (hoje está no PDT), viajou ontem (23) para os Estados Unidos, onde ficará até o dia 5 de maio participando de dois congressos sobre cidades sustentáveis. Uma cidade sustentável é o resultado de um planejamento urbano eficiente que cria um espaço urbano economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Uma lição que, sob o som das motosserras, certamente os alunos da Escola Municipal Elvira Lúcia não aprenderão.
A arborização urbana e dos espaços públicos, assim como nas escolas, é de responsabilidade da gestão pública de cada município. À prefeitura deve caber o planejamento da arborização urbana, desde sua concepção até a implantação e a manutenção, através do trabalho de profissionais técnicos capacitados para todas as etapas, incluindo o plantio de forma correta, a poda e o corte definitivo das árvores.
Contrariando tudo isso, Niterói assiste ainda a um jogo de empurra entre a Enel e a Prefeitura sobre poda de árvores. A empresa atribui, em muitos casos, a interrupção no fornecimento de energia elétrica aos galhos que fecham curto-circuito na fiação aérea. Por sua vez, a administração municipal diz que a poda deve ser feita pela Enel, enquanto também deveria cobrar da concessionária para que ela troque os postes por uma rede subterrânea de energia.
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