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Niterói ainda tem banca vendendo jornais e revistas. Saiba onde fica

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Na banca da Cinco de Julho, o leitor encontra os jornais do dia e todo o tipo de revistas nacionais e estrangeiras

Um lugar que há décadas mantém o cheiro da cultura é a banca da Rua Cinco de Julho 365, esquina com a Rua Nóbrega. É a única de Niterói que continua com a tradição exclusiva de vender jornais, revistas nacionais e estrangeiras, coletâneas de livros, uma variedade de palavras cruzadas e tudo o mais que for de leitura.

Ali se vê em exposição os poucos jornais ainda em circulação: O Globo, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo, Extra, O Dia, Correio da Manhã, Meia Hora, A Tribuna e O Fluminense. Encontra também as revistas semanais Isto É, Veja e Carta Capital.

Nas suas prateleiras ficam a edições mensais de Claudia, Marie Clair, Vogue, Casa e Jardim e Piauí. Tem revista por todo o canto como a Quatro Rodas, Auto Esporte, Pequenas Empresas – Grandes Negócios, Manequim e outras tantas.

Há 69 anos, o italiano Santo Siciliano chegou à terra de Arariboia para trabalhar na banca de jornais da antiga estação da Frota Barreto, na Praça Martim Afonso. Hoje, aos 87 anos ele continua na banca do Jardim Icaraí com o mesmo espírito de jornaleiro, vendendo a notícia impressa para quem a prefere em vez dos jornais digitais.

Diz que para dar seguimento ao negócio de toda uma vida, teve a sorte de encontrar o amigo e parceiro ideal Carlos Bonan. Ao sócio juntou-se Jorge, filho dele, que cresceu entre jornais e revistas dando continuidade ao trabalho de manter a verdadeira função de uma banca, que é a venda de uma variedade de publicações. 

O conhecido Jorginho é tão interessado em dar um bom atendimento à clientela que, durante a pandemia, entregava os jornais na casa dos fregueses.  Eles gostaram tanto que, até hoje, a banca entrega logo cedo no endereço dos clientes os exemplares do dia.

Santo Siciliano é um jornaleiro nato. Ele lembra da vida dura do passado quando atravessava à baía de Guanabara na barca da meia noite, fizesse tempo bom ou chuva, para pegar os jornais do dia. Da Praça Quinze seguia de bonde até as oficinas das empresas jornalísticas situadas em vários pontos do Rio.

– Era uma época diferente, quando a gente tinha muita disposição e encontrava forças para dar continuidade à jornada durante o dia numa banca de Niterói ou São Gonçalo.  Até hoje sinto o cheiro da tinta de impressão e guardo a lembrança de muitas manchetes que a gente mostrava na lateral das bancas para vender todo o reparte e não precisar levar o encalhe de volta às oficinas dos jornais – diz Santo Siciliano.

O colunista lembra de histórias contadas naquela época por amigos jornaleiros cariocas. Muitos destacavam a importância que o jornalista Roberto Marinho dava a esses profissionais. Ele passava de carro pelas bancas prestando atenção para ver se o seu jornal estava exposto.

Caso contrário, parava o veículo e pessoalmente e educadamente indagava: “Companheiro, por que O Globo não está exposto”. O jornaleiro surpreso quase sempre pedia desculpas pelo esquecimento ou dizia que recebera poucos exemplares que já tinham se esgotado.

Roberto Marinho agradecia, anotava o endereço da banca e o nome do capataz para levar o fato ao conhecimento de seu gerente de circulação. Por essas e outras que O Globo chegou a ter uma tiragem bastante expressiva, principalmente graças a trabalhadores como Santo Siciliano.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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