Ele se dedicou de corpo e alma à medicina. Mestre Herbert Praxedes, respeitado nome da hematologia, conquistou renome internacional ao descobrir, em 1972, a primeira variante instável de hemoglobina humana na América do Sul, batizada de Hemoglobina Niterói. Faleceu aos 93 anos, sendo sepultado sábado (06) com grande acompanhamento no Parque da Colina.
Mineiro de Ponte Nova, de sangue bom e inteligência rara, chegou a Niterói aos 13 anos. Ainda no curso científico já demonstrava vocação para a área médica, formando-se em 1955 pela Faculdade Fluminense de Medicina.
Um ano depois, tornou-se auxiliar de ensino na Faculdade de Farmácia e, no ano seguinte, na Faculdade de Medicina. Em 1970, concluiu o doutorado na UFRJ e foi aprovado no concurso para professor de Medicina Clínica da UFF, onde permaneceu até se aposentar compulsoriamente como catedrático, formando gerações de hematologistas que hoje atuam no Brasil e no exterior.
Nesse mesmo ano, fundou com colegas a Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro. Em 1983, inaugurou o Laboratório Praxedes, que levava seu sobrenome e se tornou referência em patologia clínica e anatomia patológica para médicos da especialidade.
Ao receber o título de Professor Emérito da UFF, foi destacada a excelência de sua carreira como médico e mestre, reconhecida por alunos, professores, colegas e pela Associação Brasileira de Hematologia. Publicou cerca de 100 artigos nas mais importantes revistas especializadas e participou ativamente de mais de 100 congressos.
Sua atuação também foi marcante na tragédia do incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, ao lado de médicos niteroienses e do renomado cirurgião Ivo Pitanguy. No Hospital Antônio Pedro, Dr. Praxedes era um dos poucos profissionais com experiência em acessar a veia femoral dos pacientes, já que muitos não tinham veias periféricas. Por isso, permaneceu por muito tempo dedicando-se à recuperação dos feridos.
Além de sua contribuição clínica, destacou-se como coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFF, defendendo publicamente o uso de células-tronco adultas como alternativa ética à pesquisa com células embrionárias. Em sua exposição no Supremo Tribunal Federal, citou a peça Antígona, de Sófocles, para reforçar que “nem tudo o que se pode fazer, deve ser feito”, e que a dignidade humana deve ser o princípio norteador da ciência.
Casado por toda a vida com Maria das Dores, teve quatro filhos: Fernando, Bruno, Mônica Praxedes Lusis e Inês Praxedes — estas duas últimas seguiram a carreira do pai. Deixa também netos e bisnetos.
Dr. Herbert Praxedes foi muito além do juramento de Hipócrates, exercendo a medicina com competência, dignidade e correção, curando e salvando vidas. Que sua trajetória inspire os doutores. Descanse em paz, sob a proteção de Deus e de São Lucas, padroeiro dos médicos.
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