Um morcego contaminado pelo vírus da raiva foi encontrado no Horto Botânico de Niterói, no bairro do Fonseca. O animal já estava morto e foi encaminhado para o Laboratório de Virologia da Pesagro-Rio. Segundo a veterinária Leda Kimura, do Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal, o morcego era do gênero Artibeus (morcegos frugívoros que consomem frutos, folhas e partes florais). Em 2018, o laboratório já havia registrado casos de raiva em três morcegos não hematófagos encontrados no bairro de São Francisco.
A veterinária Leda Kimura diz ser “preocupante a não continuidade das campanhas de vacinação contra a raiva no município”. Morcegos infectados podem transmitir a doença para cães e gatos e estes para humanos.
Por sua vez, o veterinário Francisco de Faria Neto, diretor da Vigilância Sanitária de Niterói, disse que, apesar de a vacinação anual de cães e gatos ser “uma das maiores preocupações do órgão”, a prefeitura depende do fornecimento da vacina pelo Ministério da Saúde.
– Este ano, o Ministério da Saúde não entregou e tivemos que usar o saldo da última campanha, somente em alguns bairros. O município não pode comprar diretamente a vacina, que é testada e tem o certificado do órgão federal. Em 2014, a vacina não foi fornecida e este foi o único ano que ficamos totalmente desguarnecidos, apesar da cobrança que a Secretaria de Saúde faz ao governo federal, para que os animais não fiquem desprotegidos, bem como a população em geral – justifica o diretor da Vigilância Sanitária.
Leda Kimura escreveu em artigo publicado ontem (07/09) no site do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RJ, que “são fatores preocupantes, fatos como a grande presença de animais não domiciliados dentro da estrutura do Horto Botânico de Niterói, representado por felinos e caninos e o de grande número de primatas calitriquideos (sagui), que por terem habitação arborícola, como os morcegos Artibeus, podem ser contaminados”.
Para o professor e veterinário Juliano Moraes Pinheiro “é importante a vacinação antirrábica dos animais de forma continuada e dentro das metas da Organização Mundial de Saúde”. Ele também destaca ser necessário “a orientação da população quanto à importância ecológica dos morcegos, animais silvestres que auxiliam na polinização de plantas, controle de insetos, disseminação de sementes, entre outros benefícios ecológicos que proporcionam”.
No caso de alguém encontrar um morcego morto ou caído no chão, deve cobri-lo com um recipiente (um balde, uma bacia, por exemplo) e entrar em contato com o órgão de controle de zoonoses da cidade para que um profissional vacinado e habilitado faça o envio do animal para o exame de raiva.
Os morcegos Artibeus, segundo destaca da veterinária Leda Kimura, “embora não sejam agressivos, podem morder caso se sintam acuados, transmitindo a doença para animais domésticos e humanos, quando contaminados com o vírus (da raiva)”.
Em nota encaminhada à Coluna, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Niterói diz que desde 2001 não ocorrem casos de raiva em animais domésticos na cidade. Informa ter adiado a campanha de vacinação animal deste ano para o primeiro semestre de 2020, “por conta de um atraso no repasse das vacinas antirrábicas pelo Ministério da Saúde”. Mas que em 2018 imunizou 52 mil cães e gatos e que em 2019, como o município dispunha de “uma reserva estratégica de vacina”, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) optou “por realizar um reforço na imunização, ao longo do mês de agosto, em locais estratégicos e obedecendo a critérios epidemiológicos”.
Segundo a nota da FMS, em setembro “a coordenadoria ambiental da Guarda Municipal recolheu um morcego no Horto do Fonseca que apresentou resultado positivo para a raiva”. Em seguida, providenciou “vacinação dos animais das residências do interior do parque, dos animais comunitários que lá residem, bem como reforço no entorno da região, conforme protocolo do Ministério da Saúde”.
O CCZ lembra à população para evitar contato de pessoas e de animais domésticos (cães e gatos) com animais silvestres, principalmente morcegos e micos. Em caso de contato ou acidente, é recomendável lavar o local com água e sabão em abundância e procurar imediatamente a Policlínica Municipal do Largo da Batalha (Rua Reverendo Armando Ferreira, 30 – Largo da Batalha / Telefone 2616-3633). Se o acidente envolver animais domésticos, o Centro de Controle de Zoonoses pode ser acionado pelo telefone: 2625-8441.
Niterói dispõe de duas bases fixas de vacinação antirrábica animal durante todo o ano que funcionam, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, no Campo de São Bento, em Icaraí, e no Horto Florestal do Barreto, na Zona Norte. A vacina é gratuita.
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