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Moradores de Itaipu contra ciclovia que vai tirar sossego e agredir ambiente

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Moradores do Boavista questionam ciclovia passando por dentro do bairro, em Itaipu

Moradores do bairro Boavista, em Itaipu, vêm tentando convencer a prefeitura de Niterói a rever o traçado de uma ciclovia de 4,5 quilômetros de extensão circundando a Lagoa de Itaipu. Reclamam que a rota cicloviária, que deverá ir de Camboinhas até o Córrego dos Colibris, pode afetar a segurança e perturbar o sossego daqueles que escolheram morar em bairros tranquilos, além de agredir o ambiente e causar poluição.

Em abaixo-assinado que já conta com mais de 800 assinaturas, a Amob (Associação de Moradores do Boavista) propõe um percurso alternativo para a ciclovia que, pelo projeto, passa também pelas ruas da Amoli (Associação de Moradores da Orla da Lagoa de Itaipu). No último sábado, moradores do Boavista receberam técnicos da prefeitura, que não ouviram suas ponderações, mas tentaram convencê-los sobre a vantagem (para quem?) do projeto do município.

O projeto da prefeitura, segundo os moradores, “vai agredir o ambiente já tão degradado” e destruir vegetação de manguezal. Destacam na proposta que o percurso sugerido por eles à prefeitura evitaria gastos desnecessários e que, com o dinheiro economizado, o município poderia providenciar a melhoria da rede de esgoto do bairro.

Na justificativa de seu projeto, a prefeitura diz que a ciclovia vai “delimitar a Faixa Marginal de Proteção da Lagoa de Itaipu”. Assim, “o limite físico proporcionado pela ciclovia irá auxiliar o poder público nas atividades de fiscalização de ocupações irregulares”. Há cerca de 30 anos, este limite já fora tentado com a abertura do que deveria ser uma ciclovia, mas acabou dando nome à favela que se instalou às margens da Lagoa de Piratininga.

O abaixo-assinado

Os moradores do Bairro Boavista apresentam neste documento uma sugestão de um traçado alternativo aos trechos 5 a 11 da Ciclovia Parque Itaipu que entendemos ser melhor do ponto de vista de mobilidade e sustentabilidade, por evitar gastos desnecessários com um percurso longo que vai agredir o ambiente já tão degradado, ao mesmo tempo que pode afetar a segurança e perturbar o sossego de pessoas que escolheram morar em bairros tranquilos, que têm apenas um ponto de acesso às vias principais. No diagrama, o traçado em amarelo é a ciclovia já existente, que segue paralela à estrada Francisco da Cruz Nunes desde o trevo de Piratininga, exceto por alguns trechos em que segue pela própria estrada; O traçado em azul é a nova ciclovia proposta pela Prefeitura, que vem de Camboinhas e passa por ruas da AMOLI e da AMOB (na AMOB, rua do Delfim, Rua 3 e Rua 2). Alguns trechos foram deixados sem pintar por não haver certeza sobre onde a rota passa, e também ficaram sem pintar trechos onde é certo que haveria remoção de vegetação do manguezal;

Em vermelho, propomos um traçado mais eficiente em termo de recursos, e que atende a necessidades de mobilidade dos moradores dos bairros por onde passa, seguindo da travessia pelo canal em Camboinhas pela rua Bezerra de Menezes em linha quase reta até encontrar a ciclovia já existente, próxima à estrada Francisco da Cruz Nunes. Este trajeto evita o caminho por dentro da AMOLI e da AMOB, preservando a segurança e a paz dos moradores; evita a supressão de vegetação do mangue; evita riscos de incêndio; evita problemas futuros de poluição por lixo deixado pelos usuários ao longo do caminho, e vai custar muito menos à Prefeitura. O dinheiro economizado poderia custear junto à Águas de Niterói a melhoria das redes de esgoto de ruas que fazem parte do trajeto, que transbordam dentro do Loteamento Boavista na esquina da Rua do Delfim com a Rua 3 sempre que ocorre chuva com maior volume, levando à poluição da Laguna de Itaipu. Certamente, há outros pontos no trajeto com problemas parecidos (na rua Bezerra de Menezes e dentro da AMOLI, por exemplo).

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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