Depois da experiência de ficar sem luz por mais de 40 horas em casa, no bairro de Itacoatiara, acho que passei no teste de sobrevivência na escuridão. Sinto-me agora preparado para enfrentar os muitos apagões que provavelmente virão pela frente em Niterói, porque desde quando assumiu a concessão de distribuição de energia, a empresa estatal italiana Enel não faz o dever de casa. Há anos a empresa não cuida da manutenção nem investe em melhorias na rede distribuidora.
O perigo mora aí, porque com qualquer chuva, vento forte ou sobrecarga a rede ineficiente da Enel pifa. Outra agravante pode ser o aumento do consumo de energia elétrica nesses dias quentes previstos para a semana do Carnaval. O risco de blecaute é grande para milhares de consumidores de todos os bairros de Niterói e São Gonçalo.
A minha penitência na escuridão começou domingo, às 18h15m, quando assistia pela TV uma missa no Santuário de Nossa Senhora Aparecida e faltou energia. Recorri ao celular para continuar acompanhando a celebração ao vivo, pela Rede Aparecida.
Pretendia assistir a segunda etapa de Vasco e Flamengo, mas ainda bem que não joguei meu tempo fora vendo Gabigol perder mais um pênalti.
A todas as vítimas dos apagões, recomendo que tenha sempre em mãos o número de cliente e ligue rápido para o 0800 da Enel. Faça logo a comunicação de falta de luz e anote o protocolo de atendimento para que a empresa não diga amanhã que não tinha conhecimento.
Como pensamos que isso nunca vai acontecer com a gente, não nos prevenimos. Por isso, dou algumas dicas dessa nova experiência que estamos sendo obrigados a viver.
Vendo o caos provocado pelo apagão, lembrei que o Supermercado Real da Avenida Central fechava às 20 horas. Não perdi tempo. Tinha caixas de isopor e comprei gelo em sacos de plástico para tentar salvar o material perecível da geladeira e manter as garrafas com água fresca. Aproveitei também para comprar velas e pilhas para as lanternas.
As lojas estão faturando alto com as lâmpadas LED de emergência, que já viraram objeto de primeiríssima necessidade. Outro aparelhinho de suma utilidade é o power bank, para recarregar a bateria do celular e você não precisar recorrer ao carregador do carro.
Não pode faltar repelente, caso os mosquitos resolvam aparecer no meio da escuridão para zumbir nos seus ouvidos.
Em nenhum momento perdi o fair play e não comentei com ninguém que estava sem luz, porque seria difícil encontrar alguém que já não tenha vivido essa situação.
Para enfrentar o calorão que deixava o corpo muito suado, de vez em quando metia a cabeça debaixo do chuveiro. Vi que o Multicenter estava com energia e fui lá ver gente, desfrutar do frescor do seu ar refrigerado e para tomar um sorvete. Foi uma forma de desanuviar a cabeça.
Ia esquecendo: na primeira noite de breu total, liguei para o Da Carmine e pedi um tagliatelle ao molho quatro queijos que degustei com meia garrafa de um tinto italiano na mesa a luz de velas, relembrando o século 19, quando não havia eletricidade e o Brasil era mais romântico.
Nessas muitas horas de reflexão chegamos à conclusão – que não deve ser surpresa para ninguém – de que, com o celular funcionando, a sua vida continua iluminada, ligada às pessoas e antenada ao mundo com ou sem a energia negativa da Enel.
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