Em Niterói, moram 60 mil segurados da Unimed Rio que estão sem receber assistência médica pela cooperativa local, a Leste Fluminense. Os médicos e hospitais da ex-capital fluminense reclamam estar sem receber desde abril da Unimed Rio, que já estaria lhes devendo R$ 36 milhões.
Em caso de fechamento da Unimed Rio, que está com um rombo de cerca de R$ 600 milhões em seu balanço, a Agência Nacional de Saúde Suplementar deverá determinar a portabilidade dos beneficiários para as demais Unimed ou para outros planos de saúde. A nova diretoria eleita espera arrumar as contas chamando os 5.423 médicos cooperados para realizarem um aporte que poderá passar dos R$ 100 mil para cada um desembolsar. Um remédio amargo que poucos pretendem tomar.
A oposição acusa a diretoria destituída por assembleia geral dia 28 de julho por ter malversado os recursos da cooperativa. O presidente recebia R$ 134 mil mensais, e cada diretor mais R$ 89 mil, além de mordomias como carro blindado e cartão corporativo. Os fundamentos que baseiam uma cooperativa de trabalho são o de ela ser uma empresa organizada e dirigida pelos cooperados (no caso, os médicos), visando o benefício de todos e não o lucro.
Há cinquenta anos, a primeira Unimed surgiu em Santos (São Paulo) com este propósito. Os médicos se cooperaram para enfrentar a exploração que diziam sofrer dos planos de saúde. Mas ao que tudo indica hoje, a grande maioria deles peca pela omissão deixando o barco correr frouxo com a cooperativa levando ao naufrágio, também, o compromisso que têm com os beneficiários, clientes que contribuem com seu dinheiro para obter em troca o trabalho dos médicos.
O advogado Lidmar Sanches lembra que a Constituição Federal garante a saúde como direito de todos e dever do Estado, mas a situação da Unimed Rio preocupa muito mais aos beneficiários do que aos próprios cooperados que terão que arcar do próprio bolso com os prejuízos da cooperativa. Muitos médicos, certamente, vão entrar com ações na Justiça questionando o déficit e o prolongamento dessa demanda fará quebrar a Unimed Rio. Já os beneficiários (aqueles que pagam em dia as mensalidades) terão de pagar por consultas particulares e arcar com o custo de internações hospitalares; ou então penar nas filas da rede de saúde pública e até se sujeitar a ficar internado em macas no corredor de hospitais.
Em Niterói, por exemplo, o Hospital Universitário Antônio Pedro, que já foi uma referência hospitalar no Estado continua com sua emergência fechada e a cada dia que passa tem diminuído o número de leitos. Nem agora sob a administração da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) existe uma perspectiva de melhora no atendimento deste hospital universitário. A rede municipal, por sua vez, está com os postos de saúde sem remédios e com o hospital Carlos Tortely funcionando em precárias condições.
O niteroiense vai ter que se socorrer no Rio, correndo o risco de morrer na travessia da ponte, se for caso de muita urgência. A situação é muito grave e requer providências urgentes das autoridades e do Ministério Público.
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