A mostra de pinturas digitais é fruto de mais de dois anos de trabalho e de pesquisas histórica e literária centradas no cenário da batalha de Uruçumirim, onde mais ou menos fica hoje o Outeiro da Gloria, no Rio de Janeiro, em 1567. Neste ano, em 20 de janeiro os portugueses expulsaram os franceses do território brasileiro e exterminaram centenas de índios tupinambás, sepultando o projeto da França Antártica, liderado por Durand Villegagnon.
— “Viver é Lutar” é um convite à história, à memória e à reflexão sobre nosso passado, nossa constituição enquanto povo, aquilo que desenvolvemos, aquilo que herdamos e o que esquecemos sobre nós mesmos – diz o artista.
Uruçumirim era o último reduto de tamoios e franceses destroçado pela fúria portuguesa aliada aos índios temiminós, que tinha entre suas lideranças o índio Arariboia. Este fato é ressaltado pelo artista, ao questionar “se o resultado desta batalha fosse outro, como seria o Brasil de hoje?”.
Ale Maia com seu olhar artístico e lúdico, somado à perspectiva histórica, conduz o observador de sua obra a essa reflexão. Diz, ainda, pretender fazer uma analogia daquele antigo ambiente de guerra há mais de cinco séculos aos dias de hoje, levantando questões pertinentes às duas épocas, tal como a luta por liberdade, igualdade e fraternidade entre pessoas de diferentes etnias, gêneros, culturas, religiões entre outros aspectos antropológicos.
— Chama atenção a imensa diferença ética com relação ao tratamento das populações indígenas pela Missão Francesa no Brasil recém invadido versus a brutalidade dos conquistadores portugueses: tradutores foram enviados para aprender Tupi; as violações de mulheres indígenas por franceses eram religiosamente punidas e tendências escravistas eram inibidas. Assim, era natural que os índios desenvolvessem simpatia pelos franceses. A batalha retratada em “Rio 1567” (o painel principal da exposição), travada por franceses, índios, mulheres e crianças, contra portugueses é a mais icônica nesse sentido e uma das mais brutais da história do Rio de Janeiro – diz Ale Maia e Pádua.
Santa Maria Tupanci (a mãe de Tupã) é representada por Ale como uma mulher “metade francesa, metade tupinambá. Metade coberta, metade nua. Metade santa, metade canibal. Santa Maria Tupanci é uma arte construída a partir de devaneios de hibridização cultural que nos faz imaginar como seria uma religião formada por elementos dessas duas etnias, europeia e nativa”, conclui o artista.
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