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Coluna do LAM

Justiça proíbe música ao vivo nas barcas Rio-Niterói

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O Tribunal de Justiça acatou o pedido de liminar e apresentações artísticas estão proibidas durante travessia Rio x Niterói pelas barcas.

Apoio a decisão e espero que não derrubem essa liminar. Tenho muitos amigos músicos que tocam pelas cidades e que acham um absurdo molestar os passageiros das barcas durante a travessia e até no metrô ao longo do trajeto.

Quem não vive em Niterói acha as barcas “românticas”. Mas não há romantismo que resista a centenas de travessias por ano para trabalhar, estudar, correr atrás e ainda por cima tendo que aturar, a força, “apresentações artísticas” aos berros. Como escapar, já que se jogar no mar não é de bom tom?

Por que os artistas não ocupam as estações e tocam nelas? Admito que a minha relação com a música é meio incomum. Para mim, música é uma benção, algo para ser apreciado ouvindo e não se presta a ser pano de fundo. Música é para ser ouvida e não apenas escutada de “relance” e ainda mais a força, por imposição.                                          

O vandalismo pela cidade

 Motos subindo em calçadas, carros estacionados em ciclovias, bicicleta na contramão ameaçando pedestres, cruzamentos bloqueados, vans, caminhões espalhando fumaça já são uma lamentável tradição em Niterói. Só que piorou muito.

Com a chegada dos motoboys e cicloboys de entregas de aplicativos, a cidade foi invadida por motos e bicicletas de todas as regiões, muitas delas desprezando o mínimo de civilidade.

Para piorar, a moda entre os maus motoboys é cortar o escapamento e deixar o motor sem silencioso. O barulho insuportável, além de detonar a saúde da população, gera revolta geral.

Há muitos anos a secretaria de meio ambiente, junto com a PM, realizou várias blitzes com decibelímetros e medidores de qualidade do ar e tirou de circulação dezenas e mais dezenas de veículos que apresentaram índices acima do que determina a lei. Por que a prefeitura não retoma esse tipo de ação?

Motocicletas são o veículo preferido pela bandidagem, tanto que há dois anos é proibido andar com garupa em Bogotá, Colômbia. Aqui em Niterói, não é diferente e a polícia sabe disso. Por que os militares do bem sucedido programa Segurança Presente não fazem abordagens pontuais de motociclistas pelas ruas para verificar documentos, etc? Se esse tipo de ação se tornasse sistemático, os índices de violência cairiam ainda mais por aqui.

No vandalismo do trânsito o que ninguém entende é a condescendência da NitTrans que não multa, não reboca, não faz nada, o que alimenta ainda mais essa barbárie pela cidade. Até bem pouco tempo, um mísero carro estacionado as 10 da noite na deserta rua Presidente Domiciano, no Ingá, era rebocado, mesmo com a péssima sinalização do local. Por que não agir da mesma forma com marginais que andam de moto pela contramão em plena luz do dia em Icaraí? Ou com os carros e caminhões que invadem ciclofaixas. Por que a Guarda Municipal não atua quando um ciclista ameaça pedestres?

Aliás, o leitor Rogério Dutra, de Santa Rosa, escreveu com uma sugestão. Segundo ele “Niterói faturaria alto com a lambança. Imagine em um cruzamento, câmeras mostrando motos subindo em calçadas, carros e ônibus obstruindo cruzamentos, bicicletas molestando pedestres, etc e sendo multados quase que automaticamente. É fácil implantar, mas dizem que é ilegal.

Vamos supor que sejam 500 infrações por dia em toda a cidade, com multa de 100 reais cada. Serão R$ 50 mil por dia, um milhão em 20 dias úteis!”, lembra o leitor.

Fato é que assim como está não pode continuar.

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Luiz Antonio Mello

Jornalista, radialista e escritor, fundador da rádio Fluminense FM (A Maldita). Trabalhou na Rádio e no Jornal do Brasil, no Pasquim, Movimento, Estadão e O Fluminense, além das rádios Manchete e Band News. É consultor e produtor da Rádio Cult FM. Profissional eclético e autor de vários livros sobre a história do rádio e do rock and roll.

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