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Irmandade cheia de histórias alegres e de caridade em Niterói

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No começo, o Colégio São Vicente de Paulo só tinha turmas para moças

A Imperial Irmandade de São Vicente de Paulo vai comemorar 170 anos de fundação no dia 28 de junho, às 19 horas, com celebração no salão nobre e na capela Nossa Senhora das Graças da escola religiosa que ela deu de presente a Niterói em 1950, e que faz história na rua Miguel de Frias.

A escola de Icaraí surgiu graças à irmã Zoé Ramalho, superiora da Irmandade na época. Apoiada pelo então provedor Levi Carneiro, foi criado o colégio só para moças, nos padrões europeus.

O São Vicente de Paulo começou em regime de internato, semi-internato e externato onde havia grande procura por matrículas. Entre as alunas estava Celina, filha do governador Amaral Peixoto e neta do presidente Getúlio Vargas; assim como Nina Rita, filha do deputado Alberto Torres, diretor do jornal O Fluminense, além de muitas jovens da sociedade niteroiense.

As irmãs tiveram papel preponderante na formação educacional e religiosa de milhares de jovens preparados para ingressar no ensino superior e também para os desafios da vida.

As superioras Catarina Mourão e Rosalie Baptista deixaram suas marcas de caridade e de amor ao próximo no apoio permanente às meninas do Asilo Santa Leopoldina, às senhoras do Abrigo Irmã Lopes, aos alunos do Colégio São José e às crianças da Creche Menino de Jesus.

O empresário Eike Batista é sobrinho da irmã Rosalie e sempre teve gestos generosos com a tia para que ela cuidasse dos pobres. Certa vez mandou um portador entregar um cheque de 3 milhões, e tempos depois de um forte temporal destruir todo o complexo esportivo do colégio mandou projetar e construir um mais moderno, até hoje usado pelos alunos.

A irmã Rosalie era também uma exímia chef de cozinha. Usava as receitas da sua tradicional família mineira e fazia madeleines como ninguém, que depois tiveram sua receita revelada no livro CozinhArte.

Muita gente ficava com água na boca quando a irmã Rosalie convidava para comer o delicioso bolinho francês com café. No modesto refeitório da irmandade ainda se podia desfrutar do seu agradável e inteligente papo, como fazia Marco Lucchesi, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, e esse modesto colunista.

A última irmã superiora foi Angela Magalhães, que apesar do pouco tempo realizou um excelente trabalho à frente da longeva instituição.

Bons tempos também em que os rapazes dourados pelo sol de Icaraí, muitas vezes depois de um mergulho do trampolim, subiam no muro do pátio da escola para paquerar as meninas internas que respondiam de longe com sorrisos àquelas inesperadas visitas masculinas.

O atual e 15° provedor da Irmandade é Paulo Roberto Sad da Silva, que tem se empenhado para que a Instituição se modernize sem perder sua essência e tradição.

Além do Colégio São Vicente de Paulo, que tem 1.780 alunos em turmas mistas (meninos e meninas) da creche ao ensino médio, a Irmandade mantém o Centro Educativo Infantil São José, que oferece educação gratuita a 400 crianças, além de assistência em saúde e alimentação.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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  • Cabe lembrar dos professores, que no decorrer de décadas, ajudaram a formar muitos profissionais. que atuam nos mais variados campos profissionais da sociedade brasileira.

    • Essa é a essência de Niterói com muita história. Infelizmente não podemos dizer desse governante de Niterói.

      • Parabéns!!!!
        Gilson
        A História de Niterói é linda
        A cidade que escolhi para viver, merece um profissional assim como vc, que vejo com certa frequência pelas ruas, com certeza buscando novas histórias pra contar

    • Se todos os colunistas de Niterói tivesse a preocupação do amigo Gilson Monteiro em não deixar a história de Niterói nas gavetas, nossa cidade teria a importância que merece. Lembrar dos 170 anos da Irmandade de São Vicente de Paulo e das suas obras é uma lição, por exemplo, aos nossos políticos que só se ocupam com ações demagógicas. Há excessão.

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