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Hospital Santa Cruz poderia ser reaberto para entrar na luta contra o coronavirus

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Rodrigo Neves deu R$ 45 milhões para ajudar a prefeitura de São Gonçalo a construir um hospital. Não seria a hora de o prefeito de Niterói voltar o seu olhar para o desativado Santa Cruz, que com uma reforma poderia funcionar bem para atender uma cidade cuja prefeitura dispõe de pouquíssimos hospitais públicos?

O Santa Cruz tem 75 quartos-suítes com camas, 39 leitos de enfermaria, 20 leitos de CTI, 13 leitos na emergência, 9 salas de cirurgia, sendo 4 de obstetrícia, e possui autoclave capaz de atender a todo o hospital construído numa área de dez mil metros quadrados, no Centro de Niterói.

O presidente da Sociedade Portuguesa Beneficência de Niterói, Vinicius Nery, disse que além do hospital existe um prédio anexo, de sete andares, com 13 apartamentos em cada. Dois pavimentos estão ocupados por sócios idosos. Os demais estão vazios.

– Dispomos de 166 quartos para 2 leitos e 39 leitos de enfermaria, tudo precisando de muito pouco para voltar a funcionar. Já sinalizamos com o oferecimento do complexo hospitalar à Prefeitura, mas até agora não houve nenhuma manifestação por parte das autoridades do município – diz Vinicius Nery.

O hospital dos portugueses seria de grande importância em caso do alastramento do coronavírus em Niterói, por sua localização central próximo do CHN, Hospital Icaraí e Antônio Pedro, o que facilitaria o deslocamento dos profissionais de saúde que atuam nesses três hospitais. Além do estacionamento próprio, o hospital pode contar com o do vizinho NiteróiShopping.

Seria também uma oportunidade de a Prefeitura, que está com recursos em caixa, resgatar a história da medicina do Estado do Rio, que passa pelo Santa Cruz. O hospital fundado há 111 anos pela colônia portuguesa tem em sua história grandes serviços prestados à população. Atendia pacientes do SUS e salvou muitas vidas em outros momentos difíceis para Niterói, como o do incêndio do circo.

A nata da medicina passou pelo Santa Cruz, referência e pioneiro em vários tipos de cirurgias no Estado do Rio, como a cardíaca, com Geraldo Ramalho e a alimentação parenteral introduzida por Gerado Chini.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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