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Hospital de Niterói faz cirurgia inédita no Brasil para corrigir arritmia cardíaca

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A equipe do Hospital Icaraí que participou das primeiras cirurgias de ablação empregando técnica inédita no Brasil

Três pacientes foram submetidos com sucesso, na terça-feira (18), às primeiras cirurgias de fibrilação atrial com ablação por campo pulsado (PFA) realizadas no Brasil. A técnica inovadora realizada pela equipe de Cardiologia do Hospital Icaraí permite o manejo da arritmia cardíaca de forma mais segura e precisa.

Os pacientes – dois homens, um de 45 anos e outro de 62 anos, e uma mulher de 69 anos – receberam alta nesta quarta-feira (19). O procedimento para o tratamento da arritmia cardíaca já vem sendo utilizado na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, as primeiras cirurgias utilizando a técnica foram utilizadas no hospital de Niterói.

“A novidade nesse procedimento é a utilização da ablação por campo pulsado (PFA), uma nova tecnologia aplicada no tratamento por ablação da fibrilação atrial. Trata-se de uma nova forma de energia capaz de gerar lesão da célula responsável pela fibrilação atrial”, explica o doutor Claudio Munhoz, cardiologista do Hospital Icaraí e um dos responsáveis pela cirurgia. 

O procedimento foi realizado pela primeira vez no Brasil, no Hospital Icaraí, com equipe de arritmia composta pelos cardiologistas do próprio hospital, doutores Claudio Munhoz e Nilson Araujo.

“Hoje nós temos a oportunidade de trazer essa tecnologia para a nossa unidade, fazendo com que o Hospital Icaraí tenha uma posição de destaque no cenário nacional no lançamento de novas tecnologias para o manejo de arritmias cardíacas”, afirma.

Segundo o doutor Claudio, a fibrilação atrial é uma arritmia bastante comum no dia a dia da Cardiologia e traz uma série de problemas para o paciente, principalmente sintomas como palpitação, falta de ar, desconforto no peito. Além disso um dos grandes problemas da fibrilação é o fato de a doença ser um importante fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC).

Munhoz explica que, para evitar as complicações que vêm da fibrilação atrial e do AVC, é necessário um tratamento com medicações antiarrítmicas e anticoagulantes, bem como o controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes e insuficiência cardíaca.

“Muitos desses pacientes não respondem às medicações antiarrítmicas ou têm efeitos colaterais. Nessas situações, lançamos mão da ablação, que é um procedimento realizado por um eletrofisiologista. Através de um catéter introduzido no corpo pela veia femoral, consegue-se atingir o átrio esquerdo a fim de cauterizá-lo e promover o tratamento da fibrilação”, explica.

O cardiologista acrescenta que a ablação é um procedimento feito há mais de 20 anos no Brasil e com uma ótima taxa de sucesso. Hoje são utilizadas duas tecnologias nesse procedimento: a radiofrequência e a crioenergia. Em ambas as tecnologias é feita uma lesão na célula cardíaca do paciente, ou por calor ou por frio. Desta forma consegue-se eliminar as células do coração causadoras da fibrilação atrial.

“Diferentemente da radiofrequência e da crioenergia, que são as tecnologias usadas habitualmente, a ablação por campo pulsado não é térmica. Ela tem uma seletividade pelas células do coração. Por esta razão a PFA é uma forma de energia que não lesa outras estruturas próximas ao coração, como, por exemplo, o esôfago”, explica o especialista.

Munhoz lembra que, ao fazer a ablação por radiofrequência, é preciso tomar muito cuidado com estruturas adjacentes ao coração e, no caso da crioenergia, pode-se danificar o nervo frênico, que é uma estrutura que passa próximo ao coração.

“A ablação por campo pulsado tem uma seletividade pelo músculo do coração e esse procedimento não lesa nem nervo ou musculatura lisa, no caso do esôfago. Em suma, esse procedimento inovador traz mais segurança na ablação se comparado a outros procedimentos já utilizados. E ademais, essa técnica tem a mesma eficácia das outras energias e o procedimento é mais rápido e seguro”, conclui o cirurgião.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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