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Geremias Fontes soube usar bem a caneta cheia de tinta do poder

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Qual o gonçalense dos velhos e bons tempos que não se lembra do slogan “Geremias na caneta e Lavoura na picareta”? O bordão marcou a história de São Gonçalo, a cidade mais populosa do Estado do Rio de Janeiro.

Geremias de Mattos Fontes, que faria 90 anos dia 28/06, vai ser lembrado pela Associação Médica Fluminense. A entidade que construiu sua sede em Icaraí em terreno doado por Geremias (então governador do Estado) vai inaugurar um busto do benemérito. A obra é da escultora Jô Gracine.

Quem está à frente da homenagem é Waldenir Bragança, ex-prefeito de Niterói, outra figura incorruptível, que presidia a AMERJ durante a construção da sede da associação há 50 anos. O complexo vai de uma rua a outra, com sua sede, salão social, área de recreação, teatro e a igreja de São Lucas, padroeiro dos médicos.

O monsenhor Elidio Robaina, 88 anos, pároco da igrejinha ainda fechada por causa do Covid 19, celebrou ontem missa pela boníssima alma do pastor Geremias, no altar de sua modesta casa no alto de São Lourenço.

Exemplo de vida pública, numa época de tanta roubalheira e desmoralização da classe política, Geremias Fontes começou sua carreira como secretário do lendário Joaquim Lavoura, prefeito que marcou época em São Gonçalo, com seu chapéu de palha, piteira no canto da boca, e uma picareta ou uma vassoura nas mãos.

Geremias foi eleito sucessor de Lavoura para comandar o populoso município, sendo depois representante de São Gonçalo por dois mandatos na Câmara dos Deputados em Brasília.

Governador do antigo Estado do Rio de Janeiro, de 1967 a 1971, fez uma administração voltada para os municípios do interior, principalmente nas áreas da educação e saneamento, além de sua preocupação em ser um governante ecumênico, apesar de pastor da igreja Batista do Calvário.

No final da vida, casado com Nilda, primeira dama simples e encantadora, advogou para manter sua numerosa prole, oito filhos, 23 netos, criando e mantendo a Comunidade S8, que atua na prevenção e tratamento de dependentes químicos, em Marambaia.

São Gonçalo, por quem ele dedicou a vida toda, trabalhou e representou, está lhe devendo uma homenagem digna em reconhecimento e que sirva de exemplo para outras gerações de políticos.

 

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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