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Freira africana ajuda população de rua de Niterói onde prefeitura pouco faz

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Ela não entrega só as quentinhas para os muitos moradores de rua em Niterói. Por dentro daquele hábito branco está a jovem freira Carine. Uma alma caridosa e bondosa que veio de muito longe, da República do Congo, na África, para distribuir também seu abraço aconchegante, palavras de conforto e o alimento espiritual que aquela gente que dorme embaixo das marquises da Amaral Peixoto tanto precisa.

Quando chega o esperado carro das freiras do Colégio Nossa Senhora das Mercês, do Fonseca, os desvalidos já estão ali em frente ao prédio da OAB esperando ansiosos as quentinhas que vão lhes amenizar as agruras da rua em uma noite fria.

Quando irmã Carine salta do carro do colégio, logo se forma uma fila grande. Ela diz que gosta de trabalhar com seus irmãos de rua. “Eles necessitam de uma palavra de consolo, precisam de muito carinho e oração, é o que procuro dar”.

Ela já está preocupada com a Ceia de Natal que as freiras,  com a ajuda do Grupo de Leigos da Irmandade Nossa Senhora das Mercês, vão proporcionar aos moradores de rua do Centro, no dia 19/12. A distribuição vai começar em frente à Bateria São  Lourenço, na rua do mesmo nome, seguindo pela Avenida Amaral Peixoto e indo até a Praça Arariboia.

Irmã Carine agradece as pessoas que puderem colaborar como esse gesto de solidariedade cristã doando alimentos para que a população de rua também tenha uma ceia digna e alegre. As doações podem ser entregues no Colégio Nossa Senhora das Mercês, na Alameda São Boaventura 297, Fonseca. Informações pelo telefone (21)2625-2677.

A tradicional irmandade que há décadas presta relevantes serviços sociais tem 55 freiras. Destas, apenas duas são moças, as demais já estão idosas. A simpática jovem africana de 30 anos, tem nove anos de caminhada religiosa e cinco de ordenação como freira. Ela chegou ao Fonseca há um ano e nove meses. Apesar da pandemia, ela vem se destacando na sua missão evangelizadora e social.

Enquanto igrejas católicas, evangélicas e grupos de voluntários desempenham um papel social junto aos moradores de rua, a Prefeitura de Niterói gasta milhões com uma Secretaria de Assistência Social repleta de comissionados e apaniguados. Estes aparecem nos caixas eletrônicos no fim do mês sem se preocupar nem com os que estão nas calçadas próximas do gabinete do prefeito. A grana sobra com a arrecadação de um dos IPTUs mais altos do país e da dinheirama que jorra dos royalties do petróleo.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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