Andando pelas calçadas esburacadas da Amaral Peixoto esbarro com homens e mulheres-placas anunciando a compra de ouro e distribuindo folhetos. Vejo que a Praça da República antes frequentada pelos alunos do Liceu Nilo Peçanha está ocupada por moradores de rua. Esse colégio público tinha suas vagas disputadas pela excelência do ensino oferecido.
No entorno reconheço a importância da retaguarda histórica da cultura da velha província, a importante Biblioteca Pública, a centenária Academia Fluminense de Letras e o Museu da Justiça no antigo prédio do TJ.
Do outro lado da praça está Câmara de Vereadores, que aproveitou a onda da pandemia para manter suas grandes portas fechadas e realizar as sessões sem a presença do público. Hoje reaberta, continua gastando milhões com vereadores que, em sua grande maioria, cumprem no plenário as ordens do prefeito.
No Banco do Brasil vejo um monte de idosos no térreo se virando nos trinta nos caixas eletrônicos. Aqueles que quiserem acessar a agência têm que ter algum motivo relevante para ser atendido pelo gerente. Isto depois de ser submetido a uma revista geral.
Sentado na cadeira do engraxate na porta do TRT noto que com as audiências on-line os advogados circulam de camisas sociais. Nesse tempo de pós-pandemia observo que quem está usando gravatas somente os porteiros e seguranças dos prédios.
Na antiga Galeria Paz, a banca de jornais, point de encontro de políticos e onde surgiu o movimento Brizonit, em homenagem ao líder Leonel Brizola, agora está sossegada depois da morte do meu afilhado, o jornaleiro José Carlos, vítima de Covid-19.
Ao passar pela porta fechada do Restaurante Monteiro lembro (e fico com água na boca) da variedade e da qualidade que tinha sua culinária. Sem opção à la carte, tive que recorrer ao bufê a quilo. Fui ao Requinte, que servia frango com quiabo como carro chefe do dia. O prato é muito bem temperado e recomendo.
Para o almoço ficar completo fui até a Alemã. Saboreei sua tortinha de morango, feita ali desde 1951. Ainda na Avenida Amaral Peixoto, parei na banca da esquina com Maestro Felício Toledo para ver a manchete dos jornais. O jornaleiro Alex Sandro surpreendeu-me com a pesquisa de que o “Petstop” é o jornal que mais vende hoje em dia. Não em número de exemplares, mas pesado a quilo para servir às necessidades de cães e gatos.
O jornal canino publica apenas o seu diferencial: é sem cheiro e impresso com tinta à base de água. O pacote de um quilo custa R$13,00 e o de dois quilos sai a R$18,00. Essa banca foi montada em 1966 por Salvador Colonesi, na época em que os jornais e revistas tinham expressivas tiragens.
Fui tomar um expresso no Café da Entrada, no Niterói Shopping, e vi muitas lojas fechadas num prédio com a maioria das salas ocupadas por profissionais da área da saúde. Movimento maior em seus corredores é o de acesso de pessoas à loja do Detran instalada no piso G-1.
Passo por uma firma que está resistindo ao tempo na tradicional Rua da Conceição, hoje cheia de lojas fechadas: a Tinturaria e Lavanderia Nossa Senhora da Conceição ali funciona desde 1957 lavando ternos, roupas e tapetes.
Lembrei que era hora de pedir proteção à santa padroeira da igreja logo adiante, fundada em 17 de agosto de 1671. Fiz a oração da calçada, porque os portões da igreja de Nossa Senhora da Conceição estavam fechados. Mesmo que estivessem abertos, a essa altura do campeonato, depois de uma longa caminhada, não testaria meu preparo físico subindo os mais de 60 degraus até a capela secular.
Parei por aqui para não ter mais uma decepção ao deparar com a entrada do Santa Cruz, um hospital que está fechado e se deteriorando há anos. Ali nasceu e foi salva tanta gente graças à competência de uma plêiade de médicos de alto nível que honravam com louvor o juramento de Hipócrates.
Fui pegar o carro num estacionamento da Rua da Conceição e me cobraram R$ 10,00 por cada meia hora. Fiz os cálculos e faria melhor se tivesse vindo de táxi ou de Uber. No balanço geral, isso foi o de menor importância.
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