Ex-prefeitos de Niterói, Rodrigo Neves, e de Maricá, Washington Quaquá, trocam acusações sobre a vida política de cada um pelas redes sociais num carnaval de ofensas veladas. Convivo com política desde a velha província, quando Niterói ainda era ex-capital fluminense, e posso afirmar com absoluta certeza que era completamente diferente das dos dias de hoje.
Eram pessoas que ingressavam na vida pública para serem respeitadas. Eram políticos sérios, cuja palavra dada era cumprida até o fim. Não se elegiam para levar qualquer tipo de vantagem.
Fiz esse preâmbulo para entrar no triste capítulo da troca de xingamentos e acusações entre Rodrigo Neves e Washington Quaquá. Uma situação que antigamente as pessoas chamavam de “briga de cachorro grande”, mas essa agora está mais para “briga de vira latas”, com a vênia pela comparação a essa categoria de animais.
Rodrigo acusou Quaquá por ele ter se aproximado do general Pazzuello, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro e agora colega do maricaense na Câmara dos Deputados.
Quaquá revidou e disse que Rodrigo era ingrato e que não fora convidado para nenhum cargo no Governo Federal apesar de ele ter feito sua indicação. Disse que Rodrigo é “amigo dos caras”, referindo-se aos empresários de ônibus, que o levaram à cadeia por três meses, processo cabeludo a que responde por corrupção no pagamento de passes livre para empresas de ônibus de Niterói.
Quaquá disse também que Rodrigo, apesar dos bilhões de reais de que a prefeitura de Niterói dispõe, nada fez como prefeito da ex-capital. O maricaense ainda se vangloria por ter implantado o transporte de ônibus com tarifa zero no município.
Maricá e Quaquá não servem de exemplo para ninguém. A cidade ex-prima pobre da Região dos Lagos está com os cofres cheios de petrodólares dos royalties que gasta desnecessariamente com fins eleitoreiros.
O assistencialismo que domina Maricá, com empregos para quase toda a população, ônibus de graça, cestas básicas etc, e transporte para levar os universitários a Niterói estudarem em Niterói, são ações que elegem e reelegem o prefeito ligado ao grupo político que também reeleger como deputada estadual a ex-mulher de Quaquá, Zeidan, e o filho deles como vice-prefeito de Maricá, além de o próprio Quaquá ter sido eleito deputado federal.
Segundo uma velha raposa da política, Rodrigo, que está sendo rejeitado pelo PT, busca uma aproximação política com a presidente nacional Gleise Hoffman, pegando carona na crítica violenta que ela fez a Quaquá pela sua aproximação com um adversário do governo Lula, torcendo para que o ex-prefeito de Maricá. Rodrigo torce para que Quaquá saia do PT e ele próprio passe a ser uma liderança petista na região.
Não surpreende se, dentro de pouco tempo, encontrarmos os dois se abraçando e fazendo elogios um ao outro, porque para continuarem no poder topam fazer qualquer coisa. Depois de criticar Quaquá por sua aproximação com Pazuello, Rodrigo ainda acusou o ex-correligionário: “Quaquazinho, você sabe quem te apoiou na sua primeira eleição, é melhor baixar a bola, parar com a megalomania e parar de mentir para agredir as pessoas. Quanto a minha administração, os niteroienses já reconheceram e aprovaram em 4 eleições majoritárias seguidas. Você recebeu bilhões de royalties e sequer melhorou a infraestrutura e nem levou água e esgoto tratado para os bairros. É o Prefeito Fabiano Horta que está fazendo isso!”
Quaquá rebateu as críticas de Rodrigo escrevendo em seu perfil no Facebook: “Baixar (a bola) é o carango (sic). Vai defender os empresários de ônibus! Por que não faz tarifa zero aí ao invés de vir se meter comigo? Porque é amigo dos caras? Cala a boca rapaz! Vai cuidar dos seus processos”.
Rodrigo, que perdeu as últimas eleições ao Governo do Estado do Rio mesmo respondendo a dois processos por corrupção e malversação de dinheiro público, volta a Niterói como secretário executivo de Axel Grael que não está conseguindo tocar a máquina pública emperrada com todo o secretariado deixado pelo ex-prefeito.
Mal avaliada, com a cidade abandonada em todos os sentidos, com ruas e calçadas esburacadas, bueiros entupidos, trânsito caótico, saúde sem medicamentos, educação sem vagas, a administração de Grael promove shows superfaturados que estão sob o crivo do Tribunal de Contas para verificar se as cartas-convite foram direcionadas.
Só nos resta continuar assistindo o bloco dos funcionários fantasmas desfilando pelas 65 secretarias ao lado dos 1.200 comissionados da Emusa, cuja maioria tão somente comparece aos caixas eletrônicos para receber o salário que é pago pelo contribuinte penalizado por um dos IPTUs mais caros do país.
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