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Estradas fluminenses podem colapsar pelo medo do vírus e o êxodo de fim de ano

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O êxodo de fim de ano, aumentado pelo medo da Covid nas cidades metropolitanas do Rio de Janeiro, vai encontrar as estradas fluminenses sem estrutura para receber tantos carros. Para tentar reverter a situação, autoridades de trânsito e de segurança, reunidas ontem no Rio, descobriram o ovo de Colombo. Precisam integrar as polícias estaduais e federais, com apoio das concessionárias de pedágio e órgãos municipais. Além, claro, de paralisar obras como a interminável duplicação da BR-101 pela Arteris.

A integração entre policiais estaduais e federais, com apoio de concessionárias e outros órgãos, é a estratégia prevista para evitar arrastões e grandes engarrafamentos nas estradas fluminenses a partir do Natal até o Carnaval. Com o cancelamento do réveillon, dos desfiles dos blocos de rua e do carnaval por causa da pandemia do coronavírus está previsto um movimento jamais visto nas estradas na alta temporada de verão. A maioria dos hotéis da Região dos Lagos já está com taxa de ocupação de cem por cento e a Ecoponte estima que mais de 100 mil carros passarão num único dia pela Ponte Rio-Niterói rumo às praias. Na semana que vem será realizada outra reunião para definir ações na Costa Verde.

Na reunião foi lembrado que a chegada da ponte em Niterói encontra gargalos na Alameda São Boaventura, além de um outro na descida para Icaraí. Na Jansen de Mello, como a coluna já mostrou, a prefeitura inexplicavelmente coloca cones na pista deixando apenas uma faixa de rolamento para os carros que descem da ponte.

Para ilustrar que medidas simples são capazes de desfazer nós no trânsito, o subsecretário de Gestão Operacional da Polícia Militar, coronel Marcelo Nogueira, contou um caso:

— Há pouco mais de 15 dias, o secretário da PM ficou preso num grande engarrafamento no Trevo de Manilha. Ele me ligou, acionei PMs do batalhão local que estavam próximos, eles puxaram o trânsito e o engarrafamento estava desfeito em 15 minutos – recordou o oficial. Garantiu que o Batalhão de Polícia Rodoviária da PM vai passar a usar drones e motocicletas para identificar os pontos críticos de congestionamentos e dar fluidez na RJ-106.

Engarrafamentos e arrastões

A segurança nas estradas é outro ponto nevrálgico. Os engarrafamentos acabam atraindo bandidos que fazem arrastões na Niterói-Manilha.

— Nesta época de fluxo excepcional, as famílias vão para as estradas para se divertir, mas os marginais vão para faturar – disse o secretário estadual de Transporte, Delmo Pinho. Destacou que a grande preocupação “é o inferno de Manilha”. O trevo da BR-101 afunila o trânsito que se destina a Magé, a Itaboraí e Região Serrana, e em direção a Rio Bonito e Via Lagos.

O coronel Nogueira garantiu que os índices de roubo de carga e arrastões “foram reduzidos a quase zero na BR-101 e no Arco Metropolitano com o reforço de policiamento feito pela PM e pela PRF”. Na Niterói-Manilha foram montados oito postos de policiamento, dia e noite, com reforço de duas equipes da RECOM (rondas especiais e controle de multidão) que ficam circulando na estrada. Mas reclamou que as saídas clandestinas e as obras paradas (que afunilam a pista) estão prejudicando o policiamento.

Providências na mesa

No encontro de ontem, foi solicitado às concessionárias que paralisem as obras não emergenciais no período do verão; serão feitas operações integradas para dar fluidez ao tráfego em pontos críticos das rodovias, como é o caso do Trevo de Manilha; os radares eletrônicos serão desligados e sinalizados; saídas clandestinas das rodovias, abertas por moradores, serão fechadas; o policiamento será reforçado no Arco Metropolitano, na Niterói-Manilha e na RJ 106 (Niterói-Região dos Lagos, via Maricá); e, tanto as polícias quanto as concessionárias vão montar equipes extras para substituir pessoal afastado por ter contraído o vírus. Somente na quarta-feira, 43 PMs estavam infectados.

O Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) finaliza um relatório para o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) com os pontos críticos de buracos e de radares eletrônicos que precisam ser desligados nos dias de maior movimento. O dia 2 de janeiro costuma ser o de maior número de carros nas rodovias.

Todos os problemas levantados na reunião, com indicação de soluções, serão reunidos num plano de contingência que será apresentado dia 15 no Congresso Estadual de Turismo em Búzios. Um dos pontos é a necessidade da unificação de informações, com uma grande campanha de comunicação para orientar os usuários das rodovias sobre os melhores horários para pegar a estrada.

Gilberto Fontes

Repórter do cotidiano iniciou na Tribuna da Imprensa, depois atuou nos jornais O Dia, O Fluminense (onde foi chefe de reportagem e editor), Jornal do Brasil e O Globo (como editor da Rio e dos Jornais de Bairro). É autor do livro “50 anos de vida – Uma história de amor” (sobre a Pestalozzi), além de editar livros de outros autores da cidade.

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