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Esquina do Turco faz sua festa de confraternização em Piratininga

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Os confrades reunidos no Sítio da Grota, em Piratininga

Quem passou ontem à tarde ao anoitecer na Rua Paulo Gustavo, esquina com Otávio Carneiro, deve ter notado que os três bancos de madeira ali instalados estavam desocupados. É que os membros da “Esquina do Turco” estavam em uma festa de confraternização de fim de ano no Sitio da Grota, em Piratininga.

Para não fugir à tradição libanesa, foi servido um churrasco que tinha como entrada cafta de carneiro e quibe com queijo na brasa. No festivo encontro pontificaram dois assuntos, a Copa do Mundo no mês de dezembro, que vem prejudicando as vendas de Natal e atingindo também os restaurantes, além de afetar a receita dos profissionais liberais.

O outro assunto girou no mundo árabe, onde alguns jogadores da Seleção Brasileira ciceroneados por Ronaldo Fenômeno jantaram carne coberta de ouro no restaurante Nusret. A iguaria foi harmonizada com cinco garrafas de Petrus (duas de Petrus 2009 Louis XII e uma de Chateau Margaux), vinhos celebradíssimos da região francesa de Bordeaux.

Há 38 anos, desde os tempos em que o professor de educação física Marcelo Nasser tinha a Coton, tradicional em tecidos, a grande maioria dos confrades já batia ponto na então Moreira César, rua charmosa da Zona Sul de Niterói.

Apesar do encerramento da loja em 2009, a frequência foi aumentando e a Prefeitura colocou mais dois bancos onde, há três anos,  o grupo inaugurou a placa “Esquina do Turco”, em homenagem ao ex-lojista libanês, responsável por agregar tanta gente em um point  de bate papo e amizade.

A confraria, que tem cerca de 50 membros, não tem estatuto. Suas regras são bastante flexíveis, mas não permitem fofoca nem discussão acalorada, principalmente sobre política e futebol. Porém, guardar segredo não é o forte da turma. Quando uma notícia chega àqueles três bancos se espalha numa velocidade maior do que a de um foguete, ainda mais com o uso do WhatsApp.

Um psiquiatra, fazendo um estudo superficial dos frequentadores da Esquina do Turco, disse que ali fazem a melhor terapia de grupo que ele conhece na cidade. Como a Paulo Gustavo é a rua mais movimentada de Icaraí, sentado nos bancos ou mesmo ficando em pé, os confrades sempre se reencontram e passa a hora jogando aquela conversa fora que distrai, tornando a reunião um ambiente saudável e alegre. É bem melhor, do que ficar em casa de chinelo diante de uma televisão, diz o doutor.  Essas tribos do bem só se encontram na terra do cacique Arariboia.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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