Elton aplaude a atitude dos funcionários que reabriram a casa, não fazendo qualquer objeção. “Pelo contrário, espero que tudo dê certo para eles e que consigam tocar a casa com honestidade”, afirmou o empresário, destacando também que era um dos poucos na cidade a repassar integralmente o dinheiro dos dez por cento da gorjeta para os garçons. Só não tem boas lembranças de três ex-empregados que usaram durante meses máquinas de cartão de crédito em nome de terceiros para desviar boa parte da receita do Steak House.
– A verdade é que administrei com o coração, nunca com a razão. Não fugi, estou em negociação com meus credores, principalmente com os proprietários do imóvel para ver se encontro uma forma em que tudo termine da melhor maneira possível – disse.
“Nos últimos vinte anos tive que viver para pagar a dívida do restaurante. Há 12 anos implantei a entrega em domicílio no segundo andar da casa. Aconselhado por meu advogado e pelo contador permaneci com o mesmo CNPJ para as duas atividades, o que provocou o desenquadramento da empresa no Simples Nacional (tributação unificada de impostos estaduais e federais e de encargos sociais). Com a mudança para o regime de lucro presumido, ficou insustentável pagar os impostos, já que usava 17 máquinas de cartão vinculadas a um mesmo CNPJ. Nunca tentei burlar o fisco, mesmo pagando uma carga tributária insuportável para um comerciante que lutava com dificuldade”.
“Por azar meu, em outubro de 2012, um incêndio causado por um exaustor destruiu toda a estrutura do delivery montado no segundo andar. Tive que ficar durante cinco meses sem fazer entregas, que nos fins de semana correspondiam a 70% do faturamento do Steak. Mesmo assim, continuei mantendo os 80 empregados que me acompanham há anos, para isso tive que recorrer a bancos para manter a casa aberta. Logo após a reabertura do delivery, depois de cinco meses de funcionamento, foi descoberta uma quadrilha montada por funcionários que utilizavam os cartões de maneira fraudulenta. Com máquinas em nome de esposas, filhos e parentes, desviavam dinheiro para as contas deles. Dois estão foragidos e um ainda teve a cara de pau de me processar na Justiça do Trabalho.”
“Fora isso, o aluguel de R$ 30 mil, uma conta de luz de R$ 13 mil, consumo de água de R$ 12 mil, vale transporte de R$ 18 mil, mais o aumento dos encargos sociais porque perdi o Simples, somados à carga tributária (ICMS e Imposto de Renda), ficou tudo impagável. Fornecia, ainda, duas mil e trezentas refeições por mês para os meus funcionários. O preço da carne, meu principal produto, disparou, bem como os outros insumos básicos utilizados.
Nos últimos quinze meses, com a crise implantada no país e, principalmente, no Estado e em Niterói (onde mora grande número de servidores públicos), sofri com a queda do faturamento do almoço, na ordem de 40%, e no da noite, que foi maior ainda, de 60%. Crise provocada também pela falta de segurança nas ruas. Meu forte era a madrugada, como toda a cidade sabe.
Durante 18 anos não tirei férias nem folgas em fins de semana. Fiquei sem crédito e tive que comprar tudo à vista. Precisei vender o apartamento que eu tinha, por isso resisti até o dia 3 de fevereiro, quando fechei por esgotamento financeiro e de saúde. A conselho médico estou me recuperando em uma cidade do interior de Minas, pretendendo em breve voltar a Niterói, onde tenho uma legião enorme de amigos.”
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