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Educação paga milhões por tablets que não distribui a alunos de Niterói

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Viatura da Patrulha Escolar guarda o almoxarifado da Educação, onde estão tablets, ventiladores e outros equipamentos que fazem falta às escolas de Niterói

Caixas com mais de cinco mil tablets empilhados no depósito da Secretaria de Educação de Niterói, além de centenas de ventiladores, condicionares de ar, geladeiras, uniformes e carteiras escolares dão uma aula do que é o desgoverno Axel Grael.

Na quinta-feira (23) os vereadores Daniel Marques e Douglas Gomes estiveram no Almoxarifado da Secretaria municipal de Educação, na Rua Heitor Carrilho. Lá encontraram mais de cinco mil tablets comprados em 2022 por R$ 6.165.900,00.

Os computadores portáteis foram adquiridos sob o pretexto de servirem como “apoio pedagógico” aos alunos que estudariam em casa, durante a pandemia de Covid. O processo é de 2021, mas a aquisição só foi feita em 2022 à empresa Agira Tecnologia, de Belo Horizonte, conforme três empenhos datados de 24/03, 23/5 e 27/6.

A vacina contra a Covid chegou a Niterói, mas não conseguiu combater a inépcia da administração da dupla Axel Grael/Rodrigo Neves. Enquanto os tablets eram entregues à Secretaria de Educação, o Tribunal de Contas do Estado questionava a compra. Para o órgão fiscalizador, Niterói teria recebido modelo diferente do que havia sido comprado.

A aquisição foi feita através de pregão eletrônico de Angra dos Reis, ao qual aderiram, além de Niterói, os municípios de Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Itatiaia e Rio das Ostras.

Papel pra lá, papel pra cá, a burocracia foi atrasando a entrega dos computadores portáteis aos alunos da rede municipal. Mas os R$ 6,1 milhões gastos com a compra já tinham sido recebidos e pagos à Agira Tecnologia.

Por que até hoje, maio de 2024, a Secretaria de Educação de Niterói ainda não distribuiu aos alunos os tablets comprados há dois anos? Em meio à pandemia burocrática do desgoverno Grael/Rodrigo, em 2022 surgiu uma questão: como grande parte dos alunos poderia receber aulas pela internet, através dos tablets, se não dispunham de rede de wi-fi em casa? Seria necessário a Secretaria de Educação fornecer também chips de telefonia celular, com pacote de dados. Só que o processo de licitação para a compra desses microprocessadores não foi adiante.

Sobre os tablets, a secretaria atribui ao TCE a culpa por não tê-los distribuído aos alunos. De fato, em agosto de 2022 a Corte de Contas embargou a distribuição dos equipamentos eletrônicos. Isto porque não correspondiam ao modelo licitado (M10 4G AC). A Agira fornecera tablets M10 4G Pro, os quais, segundo o fabricante Multilaser, seriam de qualidade superior.

Só que, dois meses depois, em 7 de outubro, o tribunal revogou a tutela que considerava o certame irregular. Mas até agora a administração Grael/Rodrigo mantém os equipamentos encaixotados no almoxarifado da Secretaria de Educação, alegando que seu setor jurídico está elaborando um termo de compromisso a ser apresentado ao TCE com a proposta pedagógica e a logística de distribuição dos tablets.

Sobre os demais itens encontrados pelos vereadores, entre eles ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e geladeiras que fazem falta às escolas municipais, assim como os kits escolares que, já chegando o meio do ano letivo, ainda não são usados nas salas de aula, os professores, alunos e seus responsáveis aguardam por explicações. Mais um rolo para o Ministério Público apurar.

Gilson Monteiro

Iniciou em A Tribuna, dirigiu a sucursal dos Diários Associados no Estado do Rio, atuou no jornal e na rádio Fluminense; e durante 22 anos assinou uma coluna no Globo Niterói. Segue seu trabalho agora na Coluna Niterói de Verdade, contando com a colaboração de um grupo de profissionais de imprensa que amam e defendem a cidade em que vivem.

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